quarta-feira, 12 de outubro de 2016

À Lunar-Solar




Lunar ocasiona o macho
touro desenfreado leão hábil
serpente esburacada os fascina servidão aos petrificados seios
a escultura oculta é ícone de vultos com finalidade divinatória. 

O canto inaugura tempestade cálida
feitiço mudo canto do hálito desejante da fêmea
mistério causado labirinto no macho previsto
números lambidos pelos rios provocados na agricultura aflorada da caçadora.

Esfinge aberta
raízes tocadas fermentam gozo
sementes de água expelidas polém levado pelo pensamento
dos rios que estradas astrais rotacionam
à pele do bicho alcança e penetra tácita.

Os números derretidos e integrados ao pacto do mistério à floresta seguem encharcados
veias arquejadas aflitas movimentam a mistura
iça-se o órgão
firme e preciso este não derrete.

O sabor nas veias não têm olhos bocas ou pensamento
está na dor involuntária mesmo o sabor
confirmação do pacto não-dito é mistério para a consciência:
o corpo é o mito do ser
os genes exércitos vencidos pela umidade do semi-árido da pela primeva:
a elucidação desaparece.

As peles se contemplam em lances trêmulos
e não há olhos bocas ou pensamento
os astros estão: movimentar-se-ão assertivos
e na matemática dos corpos desfeita
incompreendidos e corpulentos
instintos copulam Cavalos Serpente
filiados à estações debruçadas
ao cálcio frouxo do corpo
que dissolve o tempo mudo
em respirações ofegantes:


- Rubens Severino e Porta-retrato do mar