segunda-feira, 21 de março de 2011

Longe.



Eu sinto muita saudade daquele tempo em que tomávamos banho na chuva sem se importar com nada, ninguém...
Daquele brilho que iluminava o meu mundo, que saia do seu sorriso... daquele silencio ensurdecedor e na maioria das vezes inspirador.
Sim, eu sinto muita saudade.
Eu preciso de um cigarro, pois me sinto muito só.
E nesse momento apenas ele consegue me entender, e digo mais, só ele conseguiria acompanhar essa minha imortal solidão.
Será minha, a culpa, da solidão?
Sim; respondo.
E você me responde; Não.
Que saudade daquele mar que costumávamos navegar.
De nós, eternos marinheiros de nós.
Do oceano finito, das estrelas tocáveis, de Vênus; nosso quarto.
Marte como sempre, quando lá estávamos, erra pura guerra.
Mas, acabávamos sendo puxados novamente para Netuno... e voltávamos a navegar.
To com frio, muito.
Aqui estou, fumando minha solidão interminável, e cadê você meu bem?
Será que tu mudaste pra terra?
Queria apenas te dizer que estou com saudades de nós;
De você, de mim, Nós.
Volte, quando puder.
Eu; Roma, te esperarei sempre em alguma lua de Júpiter.

Lúcio California

domingo, 20 de março de 2011

Cai a Tarde.



Sobre os meus olhos;
Eles não conseguiram se fechar desde quando encontrou os teus.
Grandes olhos, iluminados e astuciosos até.
Os meus; meio distantes, te diriam muitas coisas caso estivesses aqui.
Vamos começar sobre a tarde; eu nem percebi, mas ela se foi tão rápido.
Existiram pessoas que por ali passaram, mas, passaram também sem muita importância.
Algo mais passou: as horas, os minutos, os segundos.
Os ventos; fortes, fracos.
As lagrimas, as tristezas. Até que alguém se libertou de uma prisão quase perpetua desenhando em meu rosto um sorriso lunar com alguns pequenos toques minuciosos e intensos.
Não sei, mas, algo parecia mais belo que o comum.
O céu, as estrelas, a lua, as pessoas, a natureza, eu, você, nós:
Juntos, sorrindo, abraçando-se, construindo...
Já é tarde e meus olhos não conseguiram se fechar... talvez eu saiba porque!
Tempo, tempo, tempo... estamos caminhando.
Não ouse parar, nos parar.
Lentamente fecho meus olhos já cansados, novamente os abro.
Eu mesmo pinto meu rosto com a lembrança de que ali, naquele momento onde também pintaste o meu...
Ali, não sei se O Segundo.
Mas, algum sol nasceu naquele horizonte incerto.

Lúcio California


sábado, 19 de março de 2011

Minguante


Lua Branca
Meia Lua
Revele-me Seus segredos mais profundos antes que as nuvens venham a te esconder de mim.
Me fale a verdade que não sei
Mostre-me seus olhos.
Tenho pressa, sinto frio...

Meia Lua
Me deixe refletir na tua misteriosa superfície antes que o Sol nasça e te roube de mim
E se algum dia tu fores roubada...morrerei.

Deixe-me saber o que são essas marcas no teu corpo iluminado
Não vai doer...não contarei a ninguém.
Me esconda, meia Lua
Pois o Sol que está a nascer pretende nos afastar
E ao nascer:
Nos queimara...
fará meus olhos chorarem de dor;
Inundando com suas lagrimas, as flores da primavera que estão prestes a desabrochar.
Partirá meu coração... me deixando sem esperanças de algum dia poder te ter novamente.
...De novamente ter O coração agora queimado pela verdade que você me escondeu...
Que o Sol me contou.


Lúcio California

quinta-feira, 17 de março de 2011

'Just take my picture. ( Apenas tire a minha foto)




...Uma semana de Dez anos; sou a burrice mais inteligente, a estrela mais apagada e as vezes uma das mais brilhantes..aquele que se esconde, não em casa, não em mim, muito menos nas ruas... e sim dentro de você, onde você só perceberá quando morrer e ter que rever toda a sua vida, então há de me encontrar lá, no fundo, ou entre algumas memórias avulsas...perdidas-esquecidas-apagadas, jogadas fora.
Posso ser seu melhor amor e sendo na maioria das vezes esse, transformar sua mente em zona de puro caos fazendo com que seu coração vá junto com a merda posta pra fora,dada descarga.
Sou o PORQUE de todos os questionamentos, sou a eterna confusão da sua mente, o eterno sufoco, a doença e também posso ser a cura para tudo isso.
Sou uma flor, meu cheiro vai longe, mas, quando o sol ousa a me murchar meus espinhos nascem sem pedir licença.
As vezes sou aquele,aquilo,aquela... as vezes sou o que você quer...e na maioria das vezes aquilo/aquele que você odeia.
Não me atrapalhe, nem me diga que já esta chato, ou que você entendeu.
Você não entendeu porra de nada, e nunca vai entender.
Essa é a única vez que hei de fazer isso...pura e complexa descrição desse ‘eu ‘ que ainda nem apareceu nessa droga de texto.
E seria uma boa pergunta para agora, onde esta esse pronome que não aparece!?
Unknown: -eu, eu,eu? Atende eu!, cadê você eu!!!?
O silencio permanece como sempre...
Então hei novamente de jogar lamurias ao vento.
Já fui do jeito que os livros me diziam, daquele modo que a musica comovia, dos filmes chatos e estéticos que nos faz ter náuseas... não durou muito, quando dei por mim, ao olhar no espelho, ele se quebrou e quando juntado foi...não me via daquela maneira que os filmes, musicas, revistas, pessoas me criaram para ser.
Não sou apenas ruim, como alguém acima citou...
Sou doce & amargo, amor& caos,lado A lado B, paz/guerra, silencio/barulho, neorose/calmaria, noite/dia/tarde, segundos/milésimos/minutos/horas, e para parar de tanta descrição viciosa que tende a não acabar... posso melhor dizer que sou como o mar, as vezes influenciado pelo vento que sopra...sopra...sopra... e as vezes não sopra.
Sim, formo redemoinhos, inundo vilarejos,saiba que esse não é o meu objetivo como mar!
Sim também, satisfaço pessoas, faço-as amar e serem amadas por toda uma data chamada eternidade, de uma maneira da qual não sempre elas se afoguem sem perceber que mais cedo ou mais tarde elas hão de precisar de força e ar para respirar, voltar para a superfície...viver novamente.
É tão chato isso né!?, por onde andarás esse Eu?
Nossa, acho que foi postergado por alguma força sobrenatural.
Por exemplo: -deixe-me pensar..., E.T.S?
Unknown:-aaahhh, não faça tu, ele, nós, Vós, eles e elas rirem , por favor né!
Já sei, alguém teve esta idéia, não sabemos quem de nós, mas, ela há de se escrever por si, pois aqui ninguém manda em nada, somos todos independentes já que o “eu’ sumiu,
Vamos tomar conta desse corpo vazio aqui presente. Ou melhor; vamos queima-lo!
Sim,Sim, vamos queima-lo.Veremos queimar tomando o nosso melhor vinho tinto e festejando algo tão maravilhosamente inútil se ir...( risadas medonhas e aplausos fazem daquele momento o começo fim de uma opera)
Então, começa um catastrofico incêndio nesse/neste corpo aqui tão morto, tão vazio, sem olhos, sem pulso, sem cabelos, sem costura até.
Tu, eles/elas, nos, vos, eles. Se vão também tão fabulosamente assim como aquele corpo que passava a não existir a cada milésimo de segundo... Tu, ainda não percebeu que sua forma vai se desfazendo.
Eles e Elas, riem tanto com a desgraça alheia que apenas naquele plano te sobra um sorriso pálido. Nós...nós não existimos mais...Vós, cantais e chorais e sangrais pois estão vendo a sua infame ida depois de tantos pecados capitais já cometidos... e Eles... eles e elas decidiram partir antes da morte os pegar, mas, no meio do caminho acabam caindo numa armadilha premeditada pela própria. Pois ela não é estúpida o suficiente para cair nesse joguinho patético tipo Roxie Hart, já sabia que Eles teriam esse ato covarde.
Todos queimaram, desapareceram, desintegraram assim como aquele corpo que ali não existia mais.
Enquanto ao “Eu”, ele as vezes nos visita... porem, no escuro, em silencio, sem respirar para não incomodar ninguém.
Eu se foi! E agora não existe nenhum de todos Nos, Vos, Eles e Elas, ele, tu...
Um dia quando essa ventania cessar, O eu há de boiar e renascer.
Enquanto isso...
Hei de deixar a coruja voar livremente sem carta alguma...para lugar algum...para ninguém.

Lùcio California

terça-feira, 15 de março de 2011

Merda batida no liquidificador desce muito mais rápido.




Em algum lugar, em qualquer até...é lá onde me encontro, menos aqui.
Andei fechando meus olhos, meu coração, meus sentimentos, porém abri bastante a minha mente.
Eu não me sinto daqui, ou de onde vocês acham que sou.
Muitas formas geométricas se desenvolvem dentro do meu ser já fechado por algum motivo qualquer...ou talvez pelo amor que todo mundo sempre me fez acreditar...ou pela ilusão ou ate mais catastroficamente a provável verdade de acreditar que eu exista alem dessa carne que apodrece, envelhece, cai e se desintegra aos poucos.
As vezes eu gostaria de usar mascaras...ou até pensar que a vida possa ser um eterno carnaval. Na verdade não penso nisso, pois esta bem concreto que a vida é um eterno carnaval...a única mudança ocorrente é a mudança de data, mês, hora, dia...essas coisas que nós consideramos como suposta experiência de vida...Mas, vejo todos os dias pessoas desfilando de mascaras...pintando-se daquilo que não é, e nunca será... apenas para satisfazer uma doce e viciosa ilusão que nunca anda, nunca cessa e sempre permanece enganando cada vez mais.
Me é inacreditável e na maioria das vezes inaceitável como muitos seres humanos levam a vida de uma maneira tão vazia, tão superficial e fazendo dela um eterno carnaval onde as mascaras nunca caem, a festa nunca acaba e as ilusões e pseudo-imagens permanecem por toda uma, duas, três, cinqüenta , décadas, milênios...e determinadas unidades de tempo que não me vem o nome ou descrição na mente agora.
Não quero ser nenhum idealista, moralista, intelectual ou coisa do tipo.
Eu, como ser humano, já usei e talvez provavelmente use algumas mascaras.
Creio que faz parte dessa sociedade ‘democratica’ onde vivemos e temos que nos engolir a todo momento, minuto, segundo...dias.
Uso, pois ainda não consegui tocar a alma, enquanto isso as vezes me permito usar...não sei se para me iludir ou iludir alguém, mas, uso.
Não serei aquele hipócrita que aqui há de jogar pedras em pessoas por elas não assumir quem são de verdade, até porque mostrar ser quem realmente é existe um enorme preço a se pagar por isso.
Então;
Tomemos um gole da bela ilusão, usemos algumas mascaras casualmente enfeitadas, soframos por amores impossíveis...mergulhemos no fim de todas as contas e buracos e infelicidades...
Afinal, quem as vezes não quer ter um coração de pedra?!


Lúcio California