sábado, 24 de dezembro de 2011

Quando Setembro Acordou




Meus olhos são portas que seguram todas as lagrimas de séculos vivendo na escuridão.
E meu amor que guardado para uma outra vida, escorre pelas portas que hoje decido abrir.
Olhos e ouvidos bem atentos para o querer da pele.
Não esperava que Setembro aparecesse novamente para me abraçar com seus signos e mãos.
Virgem.
Castanhos, são seus olhos que iluminam ao meu ser quando encontram os meus. Mais claros ficam pelo dia.
Neve, sua pele macia e com cheiro de águas do destino que afogam o meu orgulho.
Ainda temos muito para ver, pois estamos abrindo as fechaduras dos olhos que se privava de um amor qualquer, talvez prevendo esse.
Foram muitas as pedras, águas e ruas que passamos por essa semana, mas, o vento soprou nosso rosto e enxugou todo suor causado pelo desgaste e desencontros que a inveja alheia causava a nos ver.
Esse segredo que não poderia ser revelado a quase ninguém daquele mundo móvel que nos levava ao nosso ‘destino final’
Cobertor e luz apagada.
Luz das estrelas lá fora, não iluminavam quanto queríamos, estávamos no mundo cheio de estados e capitais que nos levava ao nosso ‘próprio mundo’.
É que no futuro aquele destino poderá não ser mais o nosso.
Alguém sempre se muda para outro planeta, não há como correr, pelo menos não quando é pra ser.
E vamos viver enquanto há vida.
Porque se hoje somos gotas de chuva que caem em algum buraco seco, juntos poderemos nos transformar em mar.

Porta, retrato do mar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Uma alma que carrega lágrimas





Ele morreu. O Fernando.
Provavelmente vai fumar mais um cigarro e ouvir mais uma vez coconut skins, pois é adepto da idéia de ‘mais um(a)’; mais um amor, mais um cigarro, mais uma vez...
Sua alma se foi com lagrimas guardadas que não se transformaram em chuva por conta do sol que lá fora fazia.
Todos para ele também morreram, todo e qualquer ângulo que você conseguir encaixar uma pessoa foi anulado, não houve enterro. Talvez porque ninguém o segurou na hora da partida e em seus olhos não olharam; Acho que não sabem nem a cor. Não importa mais, agora.
É claro que é dia de comemoração, há sol lá fora. Todas as almas egocêntricas e carentes vão atrás de ‘carne’ para preencher o seu infinito solitário; O buraco que cresce cada vez mais no meio da alma.
Mas, todos os quadros feitos pelo próprio não foram em vão, houve época que ele achava ter sido. Hoje compreende tudo perfeitamente, ou ao menos acredita compreender.
Falta pouco para sua chegada ao mar. Aquela alma sofredora e carregada de lagrimas das quais não conseguirá a sorte de não ter que levá-las para a eternidade.
..., juntando-se ao mar, algumas dores por instantes desaparecem, a condenação a eternidade é o seu maior fardo, Pois a dor mais colossal de todas há de permanecer;
A dor de ser uma alma carregada de lágrimas.

Porta, retrato do mar.