sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Versos costurados de desterro a Mariana



Mariana, nunca mais me beijou.

Gostaria de te contar sobre sonhos medrosos lamacentos enevoados.
Me ajoelho aos insensíveis em ternura que a mim desejo, busco compreensão.
Acendo vela, queimo assim tempo a eles.
E não me deixa de beijar nunca mais, Mariana.

Desejas tanto assim, Mariana
Não me beijar nunca mais?
E o que sentistes quando encaminhou felina tua língua molhada naquela manha qualquer de mascaras para dentro da minha boca?
Vamos atirar um limão n’água juntos, Mariana, te imploro por esse vasto mundo.
Não te lembras nossa estrada, a caminhar pés experientes subidas ladeiras interior sobre o sol rachante, acompanhados em lírica por Carlos gauche?

Meus olhos reféns apenas tiveram a liberdade de ver o que entre as pernas há, de uma outra. Animal mentirosa de si, farsa. A empurrei no poço da memória pela fidelidade a ti.
Nada em relevo marcava aquele grosso pedaço de pano desbotado.
Quanto aos homens amantes, é o que há de mais selvagem na natureza interna da epiderme que uso, corre desejo vermelho por todo meu corpo a esse animal, carne masculina, não me obrigarás jamais a exorcizar esse gozo.

Procurei em desespero por tanto tempo sujeitos que desejassem possuir tua semelhança própria confundida no espelho, pura solidão. 
Abandono em águas escuras, a vista desse pensar.

Uma capelinha de melão ao lado de Narciso e uns quadros de Bacco acompanhados de flores tóxicas, vinhos, cigarros em consumo e algumas pedras místicas amontoados em um artificial campo de areia que nômade veio ao meu quarto trazida ainda pura para a construção no cercado pelas mãos de onde o mar arrebenta me traz acalanto.
E depois que as palavras na carta, turvas ficaram, não pude mais saber sobre tua língua em resposta.

Admito: Amado foi o rapaz de tecido recortado saia que cobria a escultura que desejam entradas de todos os que se alimentam de prazer fálico.
Me custou muito pouco, disse sobre homem cheiroso que sou, esse cheiro seu. Sobrevivendo em minha pele, somos nós, também poderia custiar barato ou nada pelos serviços a favor do teu aroma, ó Jasmin, minha de manha Flôr de laranjeira.


Comecei a amá-lo, Mariana.
Cego eu, já caia você, no esquecimento.
Escapastes turva, e as palavras, e eu não enxergava, e o desejo o amou.
Meu corpo gritava dependência daquele homem.
Passara a procura-lo em cantos dos mais perigosos. 
Felino de rua, esquinas escuras passeavam os pés sabidos.
Não te revelo o nome, é o meu segredo.

Arranquei casca da ferida dos meus lábios que se reconstituía pele, absorvida  pelos dele.
O que poderias entender você furiosa, um crime a espera da resposta da tua língua que cedeu minha boca ao desejo da carne que me devorava inteiro corpo aquele homem?
Porque os queria lisos a procura da tua boca. Ainda te queria.
E o teu sexo que nunca provei.

Não me deixe com sede, Mariana.


Porta-retrato do mar.

sábado, 8 de novembro de 2014

Us em exercício.




É:
sobre um Sorriso.

Foi visto após os pés descalços de somente meias que atravessaram quase atrasados a porta nem tanto velha para a idade do espaço, quem sabe se reformada, talvez explicasse ela como porta o existir do se- para então, velho o local com estandarte azul grafado em torre branca acinzentada, o tempo assim a deixou, formula-se crescendo como um rio, o conjunto.
Foram plurais, para ser mais preciso: o.s riso.s visto.s.

Soul-rio, expressou-se assim, pareceu com gosto e um meio desgosto disfarçado em gosto sobre algumas vozes pouco interessadas em descobrir a:
Escrever-se-iam parágrafos solitários sob palavras orgulhosas sobre:
Um corpo cai. Dois corpos caem. Três corpos caem. (...)
Em páginas já rabiscadas com caprichos dos movimentos daquele que não pode ser revelado. 

Peixes de todas as espécies queriam comer.
Quereriam comer a noção em informe?
Horas?
São precisas para canudo com, beber água da profissão no trânsito das representações: As mascaras que vão colocar quando adultos ou nem, exigidas pelo fluxo em rotação: Sociedade, ou o que denominamos de: Sociedade?

Não te congeles na porta, a voz parada não me disse sobre: o resto, ele o há?
[...]
Então adentrou e viu uma voz em alma sorrindo que parecia um rio?
Olha, sim.
Saberás descrever um sorriso rio crescendo em ti, quando o ver?
Olha, não.
[...]

Procura-te naquele momento a lembrança do resto, ele o houve?
Listas.
Estradas horizontais: desenhos de rios vermelhos, talvez amarelos: vermelhos e amarelos: contornos cinza, não parecia o tempo ter sido o causador do que a torre foi, traços muito jovens.

Alcançastes o.s.o.rri.[...s].o.s.?
Não.
Não.
Não: possibilidades de fixar Um rio. O rio. Aquele rio. Nenhum rio.
Rio-se-é.

Porta-retrato do mar