sábado, 24 de outubro de 2015

Magneta)s










Apetite ardilosa da fome antever o febril abandonado porto,
cheirando forte, e mais , aos passos que aproximam–os;
o coração remixa desassistido ruído; sonados interior das cavernas.

Oblíquos à direção fronteiriça enfileiram os órgãos a respiração invertebrada,
transversal e vertiginosa embarcação de sangue impulsiona ferrugens arquitetônicas amansadas a baixas temperaturas, pervertendo o intestino em seu percurso, enramado de psicóticas raízes fermentadas, desenvolvendo frutos maiores , de sumo sôfrego: frenético,   e exterminador, enfraquece o exercito que pouco destila a freqüência, no porto memorial de espectros diluindo em carne tremula, a direção.

Cursa ancora a fluir na superfície com fôlego de onde, ao calor do corpo .

Aciganados, se confirmam perpassando olhos acoplados a mascara sem substancia ulterior, farejantes; sedutores de vidro.

Seqüenciada dissonância esmaga o pulmão já envolto de raízes intoxicadas e a substancia vulcânica desliza permeável a estrutura óssea.
à quedas hostis na caverna de tecidos, se enlaçam as chamas envolvendo-se em unívoco aniquilamento , o grande oco habitat de solitude aos códigos é palco da quimera.

E, ao cair de seus involuntários batimentos e decalcar memória, raiz, nutriente ---no caminhar intuitivo, manter o fôlego atrás dos olhos após o toque se desfazer, emergiu: compartilham diferentes batimentos no coração; lentos, fundos e sonoros, no campo total da visão remota à trilha aberta seguir.


Porta-retrato do mar.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Fôlego






Vida...
Gosto do gosto da boca eloqüente e da quietude das minhas vísceras. (olhos sem material para enxergar a fraqueza dos ossos e dos frios parágrafos duros pendurados ao calendário) e do meu invisível ancestral...
Vida...
Acinzentada à previsão ao tempo que avisam os canteiros outonais nas janelas com enfileirados cadáveres de fruto oco, os vagos legumes rasteiros e trepadeiras com buracos de água, a seiva anêmica; introspectivos, e sem funcionamento os orgãos exalam o espectro da aniquilação , o esquecimento eterno...  mortalhas e gaivotas confundem as rotas e confundem o destino?... E um dia ouvimos dizer que Tempo e Morte são motivações  originadas na mesma raiz; Diferentes Iguais: um pulmão furioso que ocupa todo o mesmo frio azul no céu dos dias, no todo esvaziado azul do céu desequilibrado a tom de madeira ensangüentada amostra no semiárido da cidade, -basta ouvir-, em um corpo de profundidade fugaz,  –só um passo a frente e se ouve tons por toda geografia preenchida com pele de peixe, vento e clima–, de inesgotável carne que não mata a fome  que se acaba, na boca mesmo, no inicio dos lábios, nem  tocam os dentes  –Mal se começa: já se termina–, Um pequeno encostar das peles na boca é sentido e mutuo hálito à uma hostilidade desconhecida deturpam as diferenças com a bestialidade –Andrógena Criatura, sem artigo a servir; meio esfinge meio centauro– meio transmissão de algo peculiarmente perceptivo –...
Vida...
estrada, estrada, estradas vazias,
esgotada memória,
matéria à Criatura,
que não cessa a caçada,
escrava de tua fome...


Autor: Porta-retrato do mar

terça-feira, 30 de junho de 2015

Cinzas, poeira e barro. ( Número Um )



Olhos à pele de vidro
O ponteiro de marca tempo
levado às costas de fogo dos segundos;
cansados, marcada de escuro a face
À Noite; Madrugada nua; invisível sexo
se apresentam Os Outros
às portas que o tempo envelhece.

E as palavras desatam
pontos frouxos, a costura; ao avesso a carne:
Geografia de memoria e sangue
figuram a vida
num palco sem cortinas:

Os mitos conversam em silêncio.







Autor: Porta- retrato do mar,

domingo, 14 de junho de 2015

No porto do mar






funda onda turva,
no começo do mar,
domesticada ,
carregada a vento aos oceanos esquecidos,
castigada ao fim de sua voz.

E quando na geografia das águas,
um estremecer eleva-se confiante a cor dos olhos,
disciplina dos pés hesitantes,
os sentidos incertos sob areia engenhosa;
estrada de enganoso percurso,
que não se sabe qual destino,  de qual porto, qual destino próximo,
àquela que vai te cobrindo a visão do corpo – de uma cor turva – como inicio e fim da imagem- duvidosa certeza de governo,
acompanhada à medo da espécie e um horizonte com seus olhos de oceano;
profundos e cheios de tempo,
aberto ao encontro de outras águas,
tudo a vista,
e o Medo com os mesmos olhos se costura epiderme a face tremula,
e se olham firmes,
desafiando-se. 
O termo assinado à liberdade 
chama a seguir.

Desatar do tempo silenciado dàs águas turvas
às horas passeadas aos portos da fome na pele
em mergulho raso nas coisas mesmas
que não ultrapassava o tecido dos olhos
começam-se os ponteiros
violentamente carregados de agora
perfurar o alcance da visão
e mover-se-a ação
Avante, avante mar.

e se movem as fronteiras enferrujadas
a desatar-se livres no horizonte
e se move o corpo domado
a se desobrigar da palavra.


Não se escapa em nenhum momento.
A pericia  estabelece palco
Não requer anuncio,
voz,
tecido ou passos
e a autopsia é indispensável à experiencia.

porta-retrato do mar

domingo, 24 de maio de 2015

Adiante do som








As ordens se anularam
e tomaram corpo
sons vindos do tempo.

Anterior se inicia
à sangue e ossos
à água e região
à palavra:


Dentro do espaço escuro
desconhecida habitação
espaço escuro do corpo nascem :


E se começam.

Pedaços de desejo desembrulhando a pele temperamental; cortês e insana e contorcida a matéria; lascívia , convoca carne vibrante,  contato do outro, à satisfação da volúpia, como repetidas epiléticas recaídas de um viciado em sua realidade chama à sorte a fronteira.

O corpo autônomo do controle da vida humana se apodrecendo à garganta seca e as correntes do gosto desaguando sem percurso, à qualquer deriva, ao outro, por desejos de olhos cegos que famintos se enrijecem à dor, e na força em habitar um só instante, se volteando à fora na execução, voltando-se a dois;  corpos alimentados.
Se abre o horizonte no olhar d’um n’outro a visão.

a mostra, nua
à pele
expostos sentidos e sensações
volúveis ao gozo

movidos à insistente fome
sexos alimentados
caçadores incansáveis
de sonhos, pele e sumo
vão se acabando
partes, água e tempo
sob o espectro
do inacabável desejo.

E se são em cortes fundos na carne
seus corpos de facas que se afiam
que se memoram agora
no pensamento atrás do desejo.

Porta- retrato do mar.















sábado, 16 de maio de 2015

Territórios de ar


- Hoje, eu vou pisar na terra.

Foi, então.

Me veio, o farol
- o sorriso que me abraçava, mesmo coberto desengano em à flores e cheiros à e melodia de muito longe, desafinado e belo fone, à outro, e os pequenos olhos, pequeninos tímidos, escondidos; doces, doces, quase caramelados; De lua cobre refletida em rio profundo; misterioso e de turva cor, e entre pétalas vermelhas ainda rosadas; convite à metáfora por onde entraria minha língua e boca e braços e eu-todo: inteiro, nesse você sem corpo, só natureza;

rio profundo que caiu no calor do sertão,
derramando-se sob outros braços e começos e chãos,
que me cercou tua água, desejo embriagado não ancorou
e bebia-te o resto de sal dos mares na face, que entre as geografias
cruzara mares tantos, águas tantas  até chegar aqui,
 e aqui me entregava a memória que registrava de ti e enquanto assim fazia, cegava-me
ao horizonte, horizonte qualquer.

- E-se, se seguro a palavra à boca que tanto saliva á tua presença, não importa se desconhecido; os desejos de quê? Se devoram.
Silenciosos e distantes:
próximos o suficiente do calor das mãos caçadoras e cheias de terra,
encontrando e se perdendo, se encontrando uma a outra; buscados novos territorios,  e só nos resta a força para sentir; desconhecidos territórios,  enquanto é-se, a força o que equilibra a consciência a não expurgar-se do corpo; territórios de ar, nada ao redor dos olhos, fechados abertos a nós, nada além, ei-los; ciclopes com janelas de vidro.

-Eu estive lá.
-Eu estou aqui.
-Eu estive lá.
-Eu estou aqui.

Um farol sóbrio no presente sem memória desaparece a medida que os ponteiros do relógio na torre a beira rio; violentos, severos e fugazes ,o faz esquecer da forma, suposto tempo solido no acaso, e que o frio logo vem, e as raízes precisam migrar as memórias a luz no sinaleiro
E um dia, o sentido se mostra geométrico, e sensível a se perder novamente na existência das horas.

Um dia ele cai a apaixonar-se,
enquanto as águas do rio,
mudam-se a outra parte.

Porta-retrato do mar.






terça-feira, 5 de maio de 2015

Terra I



Me abrigo no espelho, o invado, sou; ando ao teu olhar, e o que nos é limiar?
Fertilizado solo, conforto as costas caídas, corpo de areia que abraça desfeito
e os grãos te cheiram a pele e o suor e os pelos e por dentro da pele
respiram-te os ossos e alojam-se solitários nos músculos.

Deformado; irregular, triste.

Me perguntas, homens que és; do tipo teu, a beira dos meus olhos
tua boca curiosa, às palavras ausentes nas fronteiras nossas,
que nunca houveram de ter imagem, só desejo e corpo e fado
o porque do vidro delas, do nada delas e do nada em mim;
Eu, Rita assassina, envolvida a pele no verbo das coisas e silenciosa
a mente viva.
Vive Tu, a tua alma.

Beija, toca-me e engole com vigor os restos mortais e,
a cerne faminta de sede, à água; excremento, perda
perda, perda de calor, deseja a evaporação do corpo;
quedas, drástico liquido morto; inocente orvalho salino
violento, decidido, ávido: desejo do corpo meu.

E no âmago; veias secas e ossos desunidos
a mente não enciúma-se aos teus outros gozos e mascaras
que sorrisos com olhos, braços voluntários, noites de luar
necessitas tu, acorrentada criatura ao culto pulso de amar.

Lá, aonde outros falam por si mesmos; plasmas soltos
as gavetas são fundas
os corredores sem saída, a flora silenciosa,
o Minotauro, adormecido.
E as raízes meu homem triste, andam sob a terra.

Rita,

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Sílaba



O que sentia Donna ao atravessar esquinas da cidade aonde o espectro e seus lábios e olhos e pele a abraçara com força, sangrando as carnes que  coabitavam-se gritando a dor muda sem signo de ambas, ambos gritos sem código, sozinhos em seus corpos não lidos, engolida saliva áspera abaixo, linguagem vertiginosa, as pernas sempre frouxas e a boca, desenho fechado que as cordas carcomidas pelo acido, o que faltava, ainda saliva do corpo externo; restos de restos de lixo e animais mortos, passos desconhecidos e pneus; gargantas psicóticas, escuridões  e vultos, fundidos ao espectro, existência: que se fundia a água, modificando-a, engolida áspera aproximação; anexo:  lenta, lerda e tensionada,e moinhos que a madrugada; terreno incerto, molveidiça idéia de chão, se faziam observadores a busca de satisfação a seu paladar cruel e metafórico no asfalto que teus saltos; engenho, designer,recurso,que te empoderavam de efeito os olhos a enfrentar outros ,que desconhecidos olhos; guardavam finalidades de rios sangrentos, adulterados alimentos a verter o corpo a uma dobra, curva, tormento,a um obstáculo de si,a padecer lentamente ao prazer dissimulado alheio pela mortificação, e outros menos humanos; líricos e melancólicos, carentes corações; músculo do Amor, veias exterior ao corpo iluminadas pelos astros: mancas ,movendo-se sob a luz entre espinhos de flores murchas e uvas azedas, chorosas criaturas presas em pergaminhos mágicos , e tudo é chá, charutos e arpas e Amor, e uma boa noite de sono após o banho num rio de leite nalguma montanha enfeitiçada que Girassóis e Hortênsias e Tulipas cantam o Tempo  Amar.
No vento que cada criatura deixa; rastro, de alma passeante a procura calculada da satisfação do envelhecido papel que queima em casa, em terra, em alma, em espelho e céu e inferno criados, Donna sentia-se beijada pela solidão paralitica da mulher profunda, que notas de um samba choroso evocado pela boca andrógena de palavras foscas, pronunciava, e os sopros, o vento que há nas notas, a fazia fechar os olhos e aceitar companhia; a transmutação biológica do encontrado, a experiência, possesão e o Tango sangrento de corpos rígidos que dançam juntos  ferindo a carne suada uma na outra em sangue a deriva do palco, desenhando geometrias solitárias no passo perfeito da ilusão de univocidade, movimento aos olhos alheios que pouco te olham e também a Dama.
Ela e a noite: imagem portadora de único significado.
A passos lentos, felinos: orgânico  instinto natural da noite na rua, um espelho refletor do seu objeto que se busca, agora outro, ilusão sua tocada do macropensamento, ela liquido solido; geométrico, ingerível , não etéreo, é o Sim. E já não há diferença entre máscara e pele. Sim. Os olhos, obedientes a geografia, florecem qualquer cor. Sim. Eu não tenho sobrenome. Donna. Sim. Sou verbo; classe de palavra que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. O que caracteriza o verbo são suas flexões e não seus possíveis significados, sou. Sim.
Donna entra no carro.


Porta-retrato do mar.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Olhos cegos



Medo em medo eles se perderam:
Os corpos, movediços, correspondências molhadas
embebidas a grafite de vento, escuras tardes e ânsias voluptuosas.
Experiência acariciada a flores, cantos e toques.
Muralhas, palavras separadas: Hiatos de pedra.
O que é o si mesmo das coisas?

E chuviscos voltearam-se, todos.
Engolidos pelos olhos,
solos quentes: secos de medo.

Sem sinônimos, água corrente evaporada
ao passar da luz no dia em sua velocidade,
as estradas acumularam sede
e morreram a flora, o cantador, o animal,
a casa.

Pratos sujos enforcados por si mesmos
abriram luz ao suicídio dos talheres
e já não havia luz. e não havia luz nem cor e
as putas já não dançavam.

Não haviam nomeado, o que, por fenômeno, exige vocábulo,
asserção.

Não havia já.

Tempo para a mudança do circo não restou.
o sossego acinzentou o céu e o resto e o tudo
e já não era primavera
e até o tempo pensou em morrer.
Acabaram-se palhaços, acrobatas, picadeiro e figurinos,
com sede.

E se perderam mesmo,

 nos parágrafos secos do tempo

que se faz memória:

- no terreno papel,
- palco do drama
- que restou
- deles mesmos.

Porta- retrato do mar.

  

domingo, 1 de março de 2015

Vento I




Me joguei nua, Sérgio, na cama.

Antes deixando passos molhados no caminho seco da casa

Assim como todo meu corpo de parede envelhecida já sem cor. caso desejes me vir a um encontro.

Vencida pelos dedos mirrados da água corrente, rio sabor do teu suor, abatendo minha carne para limpa-la do que trago, resíduos das trevas de lá fora.

Apago cigarros nesse pedaço de carne vencida.  pedaço de nada entregue ao deus do não existir.

Correnteza de descrença absorve o vento da canção de flauta e eboé.

Eu, Rita: Assassina.

Embaixo dos teus suores, bebo-te o sumo do gosto. e quando com tua mão de homem, abre minha boca perpetua de teu liquido se alimentar, esqueço-me de primata quieto e misterioso que sou. sendo seio materno saciando lábios, exército de touros, sou a nós; mulher.

Procuro a cura para esse corpo que a ti se acorrenta a entrega do pó, quero que outros existam.

Sou ilusão, Sérgio. sabedoria carregas em me abandonar.

Sou de verdade calor. Sou de verdade vento. Suor e varanda.

Uma poeira melancólica de lábios enganos com sangue de vaca sagrada; Mãe tempestade e Pai incompreendido.

Ao mundo, nua. Inteiramente sua, meu homem triste.

Me perdi ainda menina nos versos que a noite me soprava em vida.

E se não me permites soprar, negas quem sou. Negas meus homens. Negas minhas mulheres.

Me negas.

Não te ausente das palavras. Sorria-me com os olhos. Anule-me com força. Cumpra a profecia.

Apenas existes pelo movimento. escuros cegos dos olhos que se fecham para existires.

Sua alma nômade desse corpo teu, imagem dos meus dedos de curtas unhas e trêmulos de falecer te ditam retornar como um verso de noite. como nos anos de menina para me buscar a deitar-me no nosso lar.

Até adormecer e morreres nos caminhos dos emaranhados pés de espaços em branco.






Rita,

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Imagens de satélite





Certo dia, estava Zé e Mamulengo De Cheiroso, dois homens com tuas sabedorias adquiridas pelas vivencias cotidianas e relatadas em esquinas, costumeiramente naquela cidade, aonde bares, como os do Senhor Questão, homem esse, bastante silencioso e pouco ativo na voz, que com minuciosa curiosidade de entender os fonemas pronunciados por outrem para melhor conseguir tocar sua primeira pessoa, atentava-se aos espelhamentos e o tempo-estrada percorrido para essa absorção. Encarregava-se de receber o dinheiro do consumo de seus clientes. Pouco sorria, agradecia de forma duvidosa e observava atentamente todas as anunciações feitas enquanto ocupava aquele lugar; dono do bar gerente caixa. Escondia de todos, um grande objeto, O Questão. Como já esperado, assuntos pertinentes a bundas sentadas em uma mesa de bar-esquina ou qualquer que seja outra, a localização, sendo assim-bar, por O Questão, emergiram primeiramente á questões mais liquidas, vindas de águas dos rios lamacentos que acabam, cedo ou tarde, chegando a existência dos pronomes presentes, as “banalidades” rotineiras dos mesmos.
- Aquele homem de ontem a noite, sentado hoje-agora na mesa próximo ao junkebox, me lambeu os seios enquanto tocava minhas virilhas e eu tinha vontade de chorar quando o suor dele exalava instinto de fome que devora pobres pessoas dependentes dela satisfeita para olhar o mundo com os pés firmes no chão, sabe, está passando a língua entre os lábios avermelhados carnudos dele, olhando para mim, me desejando a língua, todo o meu corpo lamber. Disse Tu a Ella.  A mesa vizinha, que de mulheres outras, aparentemente pudicas pelas falas de repressão e roupas menos curta que as mulheres quais estavam abismadas usavam, esperavam gananciosas homens com ar de riqueza, prováveis cacetas com liquido em cifrões, DNA do conforto para o resto da vida, disfarcadamente por “ mulheres para casar”, faziam caricatas fêmeas ofendidas na virgindade santa.
 - Acho que minha mulher está me traindo com um homem de maior tamanho de pau. Pensou alto, pronunciou-se oralmente após 5 doses de uma cachaça qualquer que Elle tomava para ser visto como integrante da interação no grupo de futuros engenheiros do ultimo período na universidade, grupo de cinco belos jovens rapazes em forma de desejo, aonde três desses escapavam  em dias específicos  do mês para realizar seu prazer anal com transexuais da cidade vizinha e satisfazer sua sexualidade tão monstruosa com a menor culpa possível, afinal, se está sendo penetrado por uma figura feminina,- desenho esse, o correto para o ser que ele por obrigação tem que seguir, não a pratica  de coito anal, mas, a imagem causadora de menos culpa,que anarquicamente se é escondida atrás de uma mascara-chave que possibilita o transito livre entre aqueles rapazes cinco, também outros- Fora enquadrado por: corno de piroca, pintinho amarelinho do Gugu, engenheiro da ferramenta pequena, pelos grandes pensadores homens que ali presente, justificavam-se um ao outro, como manequim social sem nenhum  talvez beber-saber, somente água de macho: Whisky.
Sorriam seus rios, debatiam-se internamente se arrebentando como mares violentos, que furiosos se acabam na areia já úmida, manhosa terra, deposito de sal. Assim sorria O Senhor Questão. Não perdia a esperança, muito menos a conversa, e levado a uma distração de dez segundos por uma garrafa de bebida com esverdeado liquido, proibida no Brasil, que ele não comercializava, porem ingeria usualmente enquanto trabalhava, simultaneamente atento ao dinheiro e anunciações, que caíra “misteriosamente” da terceira fileira de bebidas sem rotulo no reconfortante tapete indiano que mais parecia um amortecedor de objetos com possibilidade de fragmentar-se em cacos, o fizera abaixar para retorná-la ao seu local de alcance visual, e quando volteou o olhar para o salão, teus ouvidos captaram uma questão pertinente a lembrança do que guardara desde menino, aonde aprendera logo jovem a construir.
- O Carnaval se aproxima, hein, Zé? Você irá comparecer ao bloco Redes-truques? Perguntou o boneco-homem Mamulengo de Cheiroso, com tua cara oval pintada a cor da pele, aonde grandes bochechas eram preenchidas por vermelha-cor, boca exageradamente aberta que pouco se fechava para pronunciar qualquer palavra e grandes olhos, sobrancelhas, Iris, e um assinalado nariz esticado pintado também a cor que correspondia a pele do homem.
Zé, homem-sábio, contador de historia de toda sua vida, também de sua família nordestina que lutara desde a primeira geração para sustentar de pé o corpo, com sempre pouca comida na mesa, questionou ao Sábio-Mamulengo sobre o conhecimento dele dessa palavra: Carnaval.
Com a caricatura do sujeito que o segurava, o boneco respondeu simpaticamente, forma essa, qual sempre se apresenta em cena, o seguinte: - Carnaval é o estado de representação!!!
Havia nesse momento, uma conexão invisível somente captada pelo olho do satélite-acaso, que formava uma linha perfeitamente reta, entre o olhar-fala do Mamulengo e o olhar-resposta do Homem-zé. Formava-se ângulo de triangulo eqüilátero, o olhar lançado pelo Senhor Questão que simultaneamente direcionava à aqueles dois, à aquela pergunta, à aquela resposta, com águas lodosas que começavam emergindo desesperadamente como um animal que descobrindo a carne certa para saciar sua instintiva fome, sente prazer, Nele, enquanto o seu tão procurado eu sofria com o pesar de todos os rios que desaguavam de uma só vez exorcizando toda possibilidade de chegar a primeira pessoa, naquele espaço-mar recebedor de matéria. E não se formavam ondas, aquelas águas, que  calmos fluidos, causavam silencio total e virada de olhar, dadas costas a tudo, estabelecimento lotado, anunciações, ângulos de triângulos, a procurar objeto escondido, após a pergunta feita  por Zé ao Cheiroso.- Cheiroso, Carnaval, então, é isso que somos nós?
Chegando ao porão do bar, que também era sua residência, Elle, o Senhor Questão, encontra diversos e incontáveis materiais que servem para construir sua trabalhosa coleção de mascaras. As olha com profundidade, aonde somente peixes assustadores que habitam áreas de regiões abissais conseguem ter, aquele olhar sobre existir. As olha novamente, em silêncio, sem estrutura perceptiva, as olha mais uma vez, dessa, como se tudo justificasse um não-significado. São mascaras que representam grandes nomes femininos do cinema, homens honrosos por seu sucesso musical, grandes literatos, filósofos, fetichistas assumidos, animais dominadores, plantas rasteiras, representações de elementos naturais e universais que foram uma por uma sendo estraçalhadas pela mesma tesoura que serviu a Elle para cortar linhas que sobravam quando costuradas características todas em seus devidos lugares estavam.
Os ruídos externos não chegavam ao espaço-estar Delle, e só o mesmo poderia ouvir a si. Ouviu todos os sons feitos por ele na vida em três únicos segundos como se tivesse sentido pela primeira vez, na ação de existir, as horas tomando-lhe a vida. Tudo estava fora do lugar que havia estabelecido como O lugar das coisas, e só via água, de diversas cores, águas, com diferentes bichos, águas.
Acalmou-se lentamente, também os líquidos assim fizeram. Fora até o bar aonde tinha fios de lembranças sobre o que era aquilo, e só lembrava d’àgua verde, d’àgua verde, d’àgua verde que estava na terceira prateleira bem na visão dos olhos se virasse as costas por poucos segundos ao caixa, e a pegou – a bebeu como se sua garganta fosse paredes de tijolos que faziam uma estrutura circular de algo cavado, um poço artesanal, que subiam esses tijolos com esse formato até a superfície que criaria espaço suficiente para abundante água abastecer a grande seca que inevitavelmente chegaria. Bebeu oitenta por cento daquele liquido que restava na garrafa sem nenhuma sensação ter, volteou-se de frente ao caixa com uma grossa voz que te chamava educada já repetida para poder pagar a conta. Recebido dinheiro, elogios feitos ao serviço, a estrutura e a música que permeava o ambiente, Elle sorriu um riso duvidoso. De que Elle, era o agradecido pela presença daquela pessoa em seu estabelecimento. As lembranças das mascaras se apagavam, assim como o esforço de lembrar no final da noite, o sonho vivido na posição anterior da lua. A medida que seu corpo digeria gota a gota d’àgua que fora engolida e a percepção de que somente um satélite captaria Aquela-Imagem em sua forma primeira, chegava-lhe como algo alcançável. Decidiu, após a presença do pensamento parecer-lhe real, ligar para Nasa e informar-se dos procedimentos exigidos para ser integrante e trabalhar no monitoramento de satélites que observam a freqüência dos raios solares no planeta terra e os níveis de calor que o ser humano e a natureza vem sofrendo durante o período de existência.



Autor: Porta-retrato do mar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

No silêncio dos olhos




Você inteiro silêncio: teu corpo linguagem vestida desconhecem minhas mãos língua e suor teu pensamento. Sempre distante. Veio outro, aparição ao olhar em curso disperso em dia qualquer sem espera alguma fora apreendido pelo já tateado, a distância aos leves passos vindo sereno, me parecia o conhecido que havia tocado muito pouco e perto aproximando-se notou a visão: outro.
Não identificado. Esse me puxou o queixo com frias mãos, o clima serenava ao redor nosso. Olhos de pedra: cristais castanhos rochosos dilatados não se estranhavam, mesmo você outro: sério em ausência de som na quietude em frente a mim. Colunas de concreto acinzentadas dimensionando a mostrar distâncias existentes entre riscos de baunilha no céu anoitecendo dormindo o sol para conosco deixar escuridão que resistia firme grossa concreta na ausência da lua que nascia vagarosamente não aparecendo ainda e o chão áspero que pisávamos, começavam iluminando, lamparinas da cidade, amarelas luzes o banco aonde ocupávamos em misterioso desejo: quereres. Alinhado olhar de pupilas alargando-se mais. E o tempo caindo. O gelado da tua mão me começou achegando o rosto ao teu, aproximados lábios que devorar queriam, mantinha embaraçado corpo presente que a ti direcionava olhar de perto agora. Observava facetas minhas, tu, sorrindo em calmaria, se desenhavam horizontes estreitos de difícil alcance em seus olhos que se reduzindo pela brasa do ancestral indígena que também tragava o fumo eram as janelas do templo teu que engoliam lentamente meu olhar. Camada de sal sentida por tua mão, –ti– ,Você conhecendo meu corpo com olfativo mistério para com os dedos cruzar alguns caminhos que não havia ainda, –ti– ,caminhado, Você silencioso ainda, parecia para sempre assim, olhando ora como esse outro ora como já conhecido ora como um estranho de si, –ti–, Você Flôr sem raiz alguma e não conseguia te tocar inteiro a semente do pensamento. Quês querências e afeiçoamentos passeavam interrogativos meu hálito em tua pele também minhas mãos procurando suspiros do terreno incerto teu e movimentos ágeis à língua na boca minha respondendo a tua que nada em ti é eterno.
Uivarei, pois lobo sou. E em teu silêncio bebo. Me alimento do enigma que se tornam meus olhos vendo-te, assim sendo: são nossos olhos as existências que se absorvem –os meus assim vagarosamente caindo no precipício abismo coisa bruma desconhecida tornando-se. Teus: Seus. Pertencentes a esse alimento oculto aos olhos da razão– é sentir-se perder-se – é não compreender– .
Para só assim: Poder beijar-te o pensamento.

                                                             
Porta-retrato do mar,