sábado, 31 de dezembro de 2016

À água-degelo





Aopeixe-cunhão




O alimento posto com olhar firme à travessia sacia planeta certificado de solidão
vulcões silenciosos
trovões rígidos
águas truculentas
cursam um mapa perdido à contradição inexata...

A atmosfera do rito
desde a gestação da criatura-momento até o embeber das peles
é o próprio acontecer intransigente dos instintos
que serpentes-águias
possuem a visão tátil
do que mais primitivo e sagaz tem a caçada pela vibração do desejo

Não não há virgula para o irreparável
O código do gemido é onomatopeico
um eco do instrumento galaxial corpo corpus
um som de prazeres que coexistem e intercambiam substância.

O corpo é o instante
do que se desconhece provocar
e discos voadores desaparecem fullgás no cosmos.

Tudo mudo embrulhado em timidez
se desfaz no circuito do toque.
Silêncios ao contrário, cavalos-animais, magmas frutíferos
tempo sem relógio
obscenas esculturas, demolição dos arquétipos, degelar salinos
as peles
incontroláveis cachoeiras.

Os encontros
mantêm seu mistério na metáfora.










autor: porta-retrato do mar

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

À Lunar-Solar




Lunar ocasiona o macho
touro desenfreado leão hábil
serpente esburacada os fascina servidão aos petrificados seios
a escultura oculta é ícone de vultos com finalidade divinatória. 

O canto inaugura tempestade cálida
feitiço mudo canto do hálito desejante da fêmea
mistério causado labirinto no macho previsto
números lambidos pelos rios provocados na agricultura aflorada da caçadora.

Esfinge aberta
raízes tocadas fermentam gozo
sementes de água expelidas polém levado pelo pensamento
dos rios que estradas astrais rotacionam
à pele do bicho alcança e penetra tácita.

Os números derretidos e integrados ao pacto do mistério à floresta seguem encharcados
veias arquejadas aflitas movimentam a mistura
iça-se o órgão
firme e preciso este não derrete.

O sabor nas veias não têm olhos bocas ou pensamento
está na dor involuntária mesmo o sabor
confirmação do pacto não-dito é mistério para a consciência:
o corpo é o mito do ser
os genes exércitos vencidos pela umidade do semi-árido da pela primeva:
a elucidação desaparece.

As peles se contemplam em lances trêmulos
e não há olhos bocas ou pensamento
os astros estão: movimentar-se-ão assertivos
e na matemática dos corpos desfeita
incompreendidos e corpulentos
instintos copulam Cavalos Serpente
filiados à estações debruçadas
ao cálcio frouxo do corpo
que dissolve o tempo mudo
em respirações ofegantes:


- Rubens Severino e Porta-retrato do mar