domingo, 3 de junho de 2012

Confissão de um sonho quebrado






- Te dou um cigarro caso aceites sentar aqui comigo por um instante, é que sofro de uma doença degenerativa. Pretendo me matar.
Agora, todas as paginas da minha historia estão em branco. Confesso que já sabia da minha doença, mas, a maquiava com ilusões, sorrisos e até mesmo com amor.
Mas, há pouco decidi morrer.
Sei que é totalmente egoísta fazer isso sem a ninguém avisar.

-Aviso, aviso sim; ao vento, ao mar, a Deus, talvez aos meus criadores. A ninguém mais.
Sabe que nunca tinha me passado pela cabeça, isso, hoje passou, vejo como liberdade.
...
- Meu amigo, ontem tive sonhos tão perturbadores; tudo era tão distante, tão incerto, tudo resumia-se a um imenso buraco negro, no qual eu havia chegado ao fim, tocando a terra e nenhuma luz, no fim do túnel, melhor dizendo, do buraco.
Não sei se devo culpar alguém, talvez a mim. Se assim não for, não culparei a ninguém mais.
A cidade dorme, minha luz já não produz sombras, chove na Rússia.
Essas são minhas ultimas palavras, amigo.
...
E foi-se, caindo no esquecimento.

Porta, retrato do mar.

sábado, 2 de junho de 2012

Lágrimas de Maio



Os últimos sinais vitais de Maio nos traz o cinza para acompanhar manhas, tardes e noites, que choram sem fim, alguma dor.
Meus olhos também carregam essa cor, acompanhando de perto, a morte.
E não é nenhum mistério do porque, a lua em mim, se negou a ser cheia.
Essa cor monótona me invade, congelando alguns sentimentos, quase esquecidos, pela ausência tua.
Cobre os prédios, as ruas, o mar, a vida.
O Céu carregado d’agua com tamanha dor a ser descarregada em tudo.
Existe esperança nesses dias sem amor?










É que dentro de mim, também chove.

Porta, retrato do mar.