sábado, 24 de dezembro de 2011

Quando Setembro Acordou




Meus olhos são portas que seguram todas as lagrimas de séculos vivendo na escuridão.
E meu amor que guardado para uma outra vida, escorre pelas portas que hoje decido abrir.
Olhos e ouvidos bem atentos para o querer da pele.
Não esperava que Setembro aparecesse novamente para me abraçar com seus signos e mãos.
Virgem.
Castanhos, são seus olhos que iluminam ao meu ser quando encontram os meus. Mais claros ficam pelo dia.
Neve, sua pele macia e com cheiro de águas do destino que afogam o meu orgulho.
Ainda temos muito para ver, pois estamos abrindo as fechaduras dos olhos que se privava de um amor qualquer, talvez prevendo esse.
Foram muitas as pedras, águas e ruas que passamos por essa semana, mas, o vento soprou nosso rosto e enxugou todo suor causado pelo desgaste e desencontros que a inveja alheia causava a nos ver.
Esse segredo que não poderia ser revelado a quase ninguém daquele mundo móvel que nos levava ao nosso ‘destino final’
Cobertor e luz apagada.
Luz das estrelas lá fora, não iluminavam quanto queríamos, estávamos no mundo cheio de estados e capitais que nos levava ao nosso ‘próprio mundo’.
É que no futuro aquele destino poderá não ser mais o nosso.
Alguém sempre se muda para outro planeta, não há como correr, pelo menos não quando é pra ser.
E vamos viver enquanto há vida.
Porque se hoje somos gotas de chuva que caem em algum buraco seco, juntos poderemos nos transformar em mar.

Porta, retrato do mar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Uma alma que carrega lágrimas





Ele morreu. O Fernando.
Provavelmente vai fumar mais um cigarro e ouvir mais uma vez coconut skins, pois é adepto da idéia de ‘mais um(a)’; mais um amor, mais um cigarro, mais uma vez...
Sua alma se foi com lagrimas guardadas que não se transformaram em chuva por conta do sol que lá fora fazia.
Todos para ele também morreram, todo e qualquer ângulo que você conseguir encaixar uma pessoa foi anulado, não houve enterro. Talvez porque ninguém o segurou na hora da partida e em seus olhos não olharam; Acho que não sabem nem a cor. Não importa mais, agora.
É claro que é dia de comemoração, há sol lá fora. Todas as almas egocêntricas e carentes vão atrás de ‘carne’ para preencher o seu infinito solitário; O buraco que cresce cada vez mais no meio da alma.
Mas, todos os quadros feitos pelo próprio não foram em vão, houve época que ele achava ter sido. Hoje compreende tudo perfeitamente, ou ao menos acredita compreender.
Falta pouco para sua chegada ao mar. Aquela alma sofredora e carregada de lagrimas das quais não conseguirá a sorte de não ter que levá-las para a eternidade.
..., juntando-se ao mar, algumas dores por instantes desaparecem, a condenação a eternidade é o seu maior fardo, Pois a dor mais colossal de todas há de permanecer;
A dor de ser uma alma carregada de lágrimas.

Porta, retrato do mar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Primeira fila




É setembro, em fim.
Acordei hoje, mês nove e agosto ainda não partiu de mim.
Maldito Agosto. Com seus desgostos e desilusões.
Eu quero morrer, dormir, desaparecer ou qualquer coisa que me faça acordar no meio de setembro e deixar essa dor que agosto plantou em mim que só cresce, já dizia minha vo: -Agosto, mês do desgosto. Estava certa, ela melhor que ninguém poderia afirmar isso, havia nascido no primeiro dia; coitada, que vida miserável.
Agosto me trouxe um amor. E levou-o de volta no ultimo dia.
Trinta-e-um-de-agosto.
È setembro em fim, deixei meu amor, ele me deixou, talvez nos deixamos. Mas, temos as lembranças; que algum dia talvez possa nos juntar. Não sei. Não sabemos. Agosto se foi.
È flor, é flor, é flor grito alto, bem alto pra avisar que em breve a primavera chega e varre esse inferno de inverno seco de uma vez por todas.
Eu canto alto: I'm in the front row
The front row with popcorn
I get to see you, see you close up.


Eu vejo o amor chegando; A esperança e a Paz.
É Setembro. Em fim.

Porta, retrato do mar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Olho/Olhar ( Quando Sunshine e Vênus se encontraram )






Estou perto do coração selvagem, aquele que come e destrói toda e qualquer gota vermelha dos mares que correm no seu corpo.
E o fogo me consome até eu não conseguir ter controle de algo que é naturalmente e instintivamente meu. Então esqueço que há equilíbrio e penetro-te com medo e agonia; uma alma perdida pecadora e poderosa. Não, eu não posso mais controlar essas vozes que não sei se são minhas ou suas..., essa vertigem..., essas vontades de ir e voltar que não são suas, nem minhas; mas de quem éramos.
Meus olhos e os seus; cegos, sendo guiados pelas mãos que lentamente arrancam pedaços do corpo nosso.
Algumas memórias que me recordo ao queimar junto a ti e finalmente sermos um, correm pela estrada da vida..., a que uniu dois corações que esperavam incessantemente um pelo outro desde muito jovem, para finalmente poder amar.


Porta, retrato do mar.
( For My Sweet Sunshine )

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Moonage Daydream



ja estava na hora de por as botas, e agora com elas, tão cedo não pretendo larga-las.
Então estou sentado aqui ha pelo menos quatro horas vendo vocês se difamarem numa guerra que é muito pre-potentepretenciosa que não cessa nos primeiros dias da semana de todos os messes até o ultimo
estou de botas e muito impaciente, você ja percebeu né, eu sei
conversamos sobre isso no primeiro minuto em que sentamos todos aqui, e você-percebeu-nos -percebemos e continuamos a nos comunicar discretamente para que eles não pecebam a nossa impaciecia, notei a sua também querida.
Pois no nivel em que eles estão achariam que tal impaciencia que é justa por sinal seria O julgamente final perante todas as pretenções e pre potencias apresentadas como palavras crusadas a procura de serem desvendadas e até mesmo curadas.
Digo com autoridade que nao pretendo tira-las, as botas, falo sobre elas, foi de onde tudo começou.. obviamente da minha parte, sempre eu, o culpado pelo seu 'back to black', então deixamos pra lá, pois continuemos conversando discretamente fingindo estar entendendo toda essa arogancia que esta sendo nos apresentada.
Tudo isso sobre Orgulho/Imagem/Odio/Repulsão/Julgamento & compaixão parece mais um navio estacionando no espaço aereo, obviamente posta de uma outra maneira, daquela que ninguem perceba que as palavras saem da sua boca com o som pretencioso e sim 'de uma verdade universal' que você inconsientemente nos obriga a acreditar e quando 'aquele' teor passa vc simplesmente fala:
-foram ditas da boca pra fora, pois existe um medo muito sujo em você admitir que estava equivocada, porque você nao gosta de ser uma pessoa errada, pois tais são pequenas diante da sua magestade de conhecimentos infinitos que não conseguimos ver ainda, alguns fingem ver sabé, e fingem bem, nao queria estar te dizendo isso, pois te desapontaria bastante saber, mas, como estamos conversando discretamente, te falo quantas vezes quiseres, caso algum dia haja rumores sobre quem contou pode dizer que foi eu, nao tenho medo algum em admitir;
Porque o jogo aqui, é de quem mente melhor, ou na verdade é; quem mostrar melhor estar enganado? Creio que você acha que somos especialistas perante ao dr lightman né?
cuidado com os seus pensamentos, e melhor dizendo cuidado com as suas vontades meu bem.
Posso te chamar de meu bem né?
claro que posso, ninguem vai estar ouvindo os nosso sons faciais e é isso que você teme; que todos eles descubram quem você é de verdade
mas, admito que és muito boa, esta conseguindo estabelecer duas linhas de comunicação entre eu e você & você e eles, elas se interligam eu sei;
-eu sou muito bom também? que isso, é porque estou de botas, elas me passam todo conhecimento absorvido por todos os lugares e pessoas pela qual passou.
-aham, fiquei sabendo que ela morreu, foi overdose ou assasinato?; do geito que ela andava louca acho que foi overdose mesmo, mas, nem sei sabe; ela andava saindo com umas pessoas estranhas que nunca vimos pela area.
quer um?
aham, toma.
bebe mais um pouco, você ainda esta lucida, fiquei sabendo também que quando estas muito louca consegues a façanha de esconder esse alguem que conheço, que pulsa e grita dentro das tuas pernas; besteira não conto a ninguem.
Sabe já estou cansado de conversarmos sobre essas coisas, mas, nao se preocupe pois nao vou contar os segredos de quem você é e quantas faces você tem, Palavra de Bowie, como nos velhos tempos.
Esta frio lá fora e todos nos estamos pelados aqui né, que coisa mais sem noção de se fazer por tanto tempo, mas esse teor nos esquenta por isso não sentimos frio, sem contar todo veneno derramado e bebido sem perceber por eles e por fim, por nos, mas, é o de menos...o veneno, nunca demos muita importancia a venenos... não, nao falei nada, na verdade, falei alto, esquece.
eu sei estou de botas ainda, porem me considero nú querida. Se eu te empresto algum dia as minhas botas?
ah nem vem com essa.
São cinco anos e quatro horas cara, me acende mais um cigarro e fim de jogo.

Porta, retrato do mar.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Shopping Center




Acorde querida, hoje não é fevereiro.
Quantos dias mais tenho que te repetir isso?
Acorde pra vida, tome conta do seu corpo antes que alguém o tome. E todos esses complexos triangulares vão apenas desaguar em si mesma, uma redundância imortal, coisa pra criança; não consegue perceber?
Por quanto tempo mais ira agüentar esse banho de magoas ?

Acorde, novamente digo, incansavelmente digo: - hoje não é fevereiro, estamos em junho e o passado fica em fevereiro e muito mais atrás em agosto.
Julho chega como o futuro mais incerto que as suas impotências emocionais e seu fracasso pessoal que te cerca em três ângulos diferentes.
Para você o alcançar é preferível que você desapegue, solte, fragmente e jogue o passado para agosto.
Deixe que a Gretta decida morrer da maneira que ela desejar.
Deságüe.
Rio isóscele não transborda, afunda no próprio esquecendo sua existência.
Folhas e flores; verdes, rosas,vermelhas, amor desabrochando enquanto rapidamente abro a porta e digo: -Acorde querida, é primavera, as flores chegaram e não queira queimar em dezembro, mês doze, pós futuro, não aquele que termina em novembro para um outro em dezembro;
Rio que não obedece a mudança da lua é invadido pela mão do homem, deixa de ser natural e vira Biopirataria.

Porta, retrato do mar.

sábado, 14 de maio de 2011

Radio na Cabeça



Fui obrigado a ser assim o mais rápido possível, como uma fruta que amadurece tanto ao ponto de apodrecer e não cair ou ser escolhida para degustação.
Apodreci.
Não sei se moro mais em mim.
Vivo com ausência do meu espírito. Meu corpo pintado com esses traços de virgem para esconder uma inconstância existencial libriana.
Eu sorri um pouco ao reencontrar uma pessoa do passado, fizemos cenas e brincamos de jogar palavras pro alto, ela não me é muito importante, no estado em que eu estava não sei se alguém conseguiria ser, para conseguir me arrancar um sorriso, porem ao ver aqueles olhos castanhos cor de mel a gritar saudades dos tempos em que ainda tínhamos esperanças de ser feliz e aqueles toques a me ler por completo em uma tentativa frustrada de achar-me dentro de mim, veio o abraço e eu sorri. Talvez ela tenha sido importante algum dia.
Nunca conseguiram ler algumas palavras bruscamente riscadas em meu corpo, elas não são tão expostas assim, talvez esse seja o motivo.
Pelos corpos que passei e pelos que por mim passaram; eles conseguiram ver nitidamente letra por letra-palavra por palavra, mas estavam mesmo afim de prazer, não desvendar um quebra-cabeça que faltava muitas peças e que nunca conseguiria ser montado nem pelo próprio de quem se riscou, não os culpo, brinquei de amor no silencio enquanto em voz alta nos parecia apenas mais uma de muitas outras madrugadas de prazer.
Queria muito tocar novamente a alma, aquela que nem sei se a mim pertence mais.
Sim, por um longo tempo eu a senti gritando desesperada sobre cada centímetro de algo vital que havia no meu corpo, era uma boa agonia pensava eu, achava isso um sadismo brilhante, pois gostava de me ver em fragmentos junto a ela, que até hoje eternamente sofre por ausência de vida.


Lúcio California

domingo, 1 de maio de 2011

Sobre um dia de Segunda-feira.

Era azul misturado com branco.
Nós poderíamos pensar ter sentido o céu nos invadindo como se fossemos pedaços que lhe faltava, e éramos.
Aqueles olhos felizes e confusos que conheci há décadas, no interior mais profundo da alma que até tu às vezes desconhece-te-de-si, me lembrava vagamente. Você os escondia de mim, nunca tive medo de perdê-los da memória guardada, e em algumas ocasiões jogadas ao vento, ao mar.
Aquele pequeno toque medroso, inseguro e instintivamente animal com vontade de me rasgar para se entregar loucamente ao desejo mais cruel e traidor da alma, escondido no fundo do eu morto, quase desconhecido, abandonado, talvez existente.
Um quarto grande para os amores escondidos, traições, sujeiras e por alguma significante diversão, aquela pura mesmo, sem intenções ou maldades.
Seus olhos...
Me disseram coisas que você não queria, e escondia em plena Minguante mudança do ser ou uma provável Crescente, nunca saberei.
Palavras desconhecidas, outro idioma e alguns retardantes de sono, só para não dormir e correr o risco de esquecer.
A lua foi postergada pelo café que tomávamos e cigarros fumados aleatoriamente. A primeira que nos veio foi aquela;
de voz rouca e grave. Logo após; alguém doce, simples e que nos acompanha pela noite, aquela que nos chama para acordar pela manha com a chuva, você sabe quem.
As estrelas era nossos olhos fugitivos, que também escondia alguns planetas que apareciam devido ao afastamento do Sol.
Chama-se Yellow, o botão que te dei, também é o nome da música que te escondi por alguns anos, não sei porque, talvez para nos poupar algum sofrimento ou sentimento de ... deixa pra lá. Aquela que falava do meu amor, por ti. Que existiu...ou existe, não sei.
Aqui novamente a falar sobre retardantes do sono, palavras desconhecidas, piadas velhas. E eu te pegando pelos olhos e você me pegando a te olhar.
Não consegues me olhar sem que eu não perceba, sempre percebo. Quanto a você, não sei ao certo, sempre fugindo, não sei ao certo, repito.
Não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar. Já te disse, apenas começarei quando juntos começarmos ou juntos pormos um ponto final. Ou mesmo, em alguma hipótese deixarmos de lado, às vezes é uma saída quase justa de ser analisada.
Tanto faz e Em fim, nome das estradas por onde caminhas. Esse eterno jogo de... de amor de bolso, de dedos, de carência, de verdade, de ilusão, de algo que talvez não saibamos ao certo o que.
Aquela velha imagem para os alheios que acham saber de algo, deixarei-os achando.
Não me importo com esse tipo de coisa, de achar algo em alguma coisa que blá blá blá blá.
O que é Felicidade pra você?
Sempre te fiz esta pergunta repetidas vezes. Quando a vi no filme, me tocou forte, pois nunca havia feito-a pra mim.
Eterna felicidade é aquela que quando ao encontrar o fim do arco-íris possamos desfrutar do que nele tem, O pote de ouro. È uma felicidade que sabemos ser concreta, é o eterno amor misturado em dois corações destinados a ser um. Uma suposta resposta.
Quanto a nossa felicidade, ela vai andando por ai. Sem pernas. Apenas com o soprar do vento, por enquanto separadas.
Quem sabe um dia encontremos o caminho para o fim do arco-íris!
Juntos ou não, quero sempre te ver a sorrir.
Assim como os olhos que hoje vi. Aqueles distantes de mim há tempos.
Flores, borboletas e beija-flores trazem consigo a primavera.
Cafés, cigarros, filmes e acerolas nos trazem algumas felicidades que são instantâneas,e as vezes nos faz seguir em frente.
Então que assim seja; Em frente.
Como os ventos que vão...
E se perdem.
Ninguém nunca soube se eles se encontraram em algum lugar, e ninguém nunca saberá.


Lúcio California

domingo, 10 de abril de 2011

Previsão do tempo




Esses seus olhos parecem Oceanos com navios em guerra, uma quase Maré em crise,
Um Rio que não deságua, que apodrece como Maré, não como Rio, porque o Rio já tem uma outra função alem do Oceano e muito mais além Do Nosso Mar.
E por mais que a Lua Mude e na maioria das vezes Se Mude, o vazio de Ser Mar permanece, não sei se como Maré ou como oceano esse tal continue, mas, sendo como Mar sim.
Seu ar de rei do amor não me convence, e é por isso não acontecer que me faço agora um Rio, com águas que deságuam, não no seu Mar, ele não existe, sim em outros Oceanos mais profundos que mares de Netuno.
Você esta acostumado a roubar todos os corações que vê pela frente com suas meias palavras... águas sujas, mascaras e cantos de sereias eternamente apaixonadas.
Vento que as vezes balança você, Mar Morto.

Porque tens medo de mim sweet hart?
Não te faria mal, apenas te daria o meu amor
NÃO é isso que queres de mim?
Então, você se afasta novamente desse Rio que me fiz, que agora deseja desaguar em você. Com medo; você foge.
Talvez agora que encontraste um espelho...
Onde possa temer a si mesmo.
Seja esse o medo de você; Maré Mar. Sobre mim; Rio.
Junte-se a mim;
Nada de mal te acontecera, não deixaria.
...deite nos meus braços,
Sinta-me perfume, escuridão e amor, sinta-me fogo, vertigem e vingança... o meu toque.
Agora misturados Rio e Maré Mar com esse balanço de ninar, quem somos nós?

Previsão do tempo: com A Mudança Da Lua
Tempestades, trovoes, náufragos e desilusões irão acontecer no Oceano-Mar-Rio-Maré
Há pouco; mortos, parados, inexistentes.


Lúcio California

segunda-feira, 21 de março de 2011

Longe.



Eu sinto muita saudade daquele tempo em que tomávamos banho na chuva sem se importar com nada, ninguém...
Daquele brilho que iluminava o meu mundo, que saia do seu sorriso... daquele silencio ensurdecedor e na maioria das vezes inspirador.
Sim, eu sinto muita saudade.
Eu preciso de um cigarro, pois me sinto muito só.
E nesse momento apenas ele consegue me entender, e digo mais, só ele conseguiria acompanhar essa minha imortal solidão.
Será minha, a culpa, da solidão?
Sim; respondo.
E você me responde; Não.
Que saudade daquele mar que costumávamos navegar.
De nós, eternos marinheiros de nós.
Do oceano finito, das estrelas tocáveis, de Vênus; nosso quarto.
Marte como sempre, quando lá estávamos, erra pura guerra.
Mas, acabávamos sendo puxados novamente para Netuno... e voltávamos a navegar.
To com frio, muito.
Aqui estou, fumando minha solidão interminável, e cadê você meu bem?
Será que tu mudaste pra terra?
Queria apenas te dizer que estou com saudades de nós;
De você, de mim, Nós.
Volte, quando puder.
Eu; Roma, te esperarei sempre em alguma lua de Júpiter.

Lúcio California

domingo, 20 de março de 2011

Cai a Tarde.



Sobre os meus olhos;
Eles não conseguiram se fechar desde quando encontrou os teus.
Grandes olhos, iluminados e astuciosos até.
Os meus; meio distantes, te diriam muitas coisas caso estivesses aqui.
Vamos começar sobre a tarde; eu nem percebi, mas ela se foi tão rápido.
Existiram pessoas que por ali passaram, mas, passaram também sem muita importância.
Algo mais passou: as horas, os minutos, os segundos.
Os ventos; fortes, fracos.
As lagrimas, as tristezas. Até que alguém se libertou de uma prisão quase perpetua desenhando em meu rosto um sorriso lunar com alguns pequenos toques minuciosos e intensos.
Não sei, mas, algo parecia mais belo que o comum.
O céu, as estrelas, a lua, as pessoas, a natureza, eu, você, nós:
Juntos, sorrindo, abraçando-se, construindo...
Já é tarde e meus olhos não conseguiram se fechar... talvez eu saiba porque!
Tempo, tempo, tempo... estamos caminhando.
Não ouse parar, nos parar.
Lentamente fecho meus olhos já cansados, novamente os abro.
Eu mesmo pinto meu rosto com a lembrança de que ali, naquele momento onde também pintaste o meu...
Ali, não sei se O Segundo.
Mas, algum sol nasceu naquele horizonte incerto.

Lúcio California


sábado, 19 de março de 2011

Minguante


Lua Branca
Meia Lua
Revele-me Seus segredos mais profundos antes que as nuvens venham a te esconder de mim.
Me fale a verdade que não sei
Mostre-me seus olhos.
Tenho pressa, sinto frio...

Meia Lua
Me deixe refletir na tua misteriosa superfície antes que o Sol nasça e te roube de mim
E se algum dia tu fores roubada...morrerei.

Deixe-me saber o que são essas marcas no teu corpo iluminado
Não vai doer...não contarei a ninguém.
Me esconda, meia Lua
Pois o Sol que está a nascer pretende nos afastar
E ao nascer:
Nos queimara...
fará meus olhos chorarem de dor;
Inundando com suas lagrimas, as flores da primavera que estão prestes a desabrochar.
Partirá meu coração... me deixando sem esperanças de algum dia poder te ter novamente.
...De novamente ter O coração agora queimado pela verdade que você me escondeu...
Que o Sol me contou.


Lúcio California

quinta-feira, 17 de março de 2011

'Just take my picture. ( Apenas tire a minha foto)




...Uma semana de Dez anos; sou a burrice mais inteligente, a estrela mais apagada e as vezes uma das mais brilhantes..aquele que se esconde, não em casa, não em mim, muito menos nas ruas... e sim dentro de você, onde você só perceberá quando morrer e ter que rever toda a sua vida, então há de me encontrar lá, no fundo, ou entre algumas memórias avulsas...perdidas-esquecidas-apagadas, jogadas fora.
Posso ser seu melhor amor e sendo na maioria das vezes esse, transformar sua mente em zona de puro caos fazendo com que seu coração vá junto com a merda posta pra fora,dada descarga.
Sou o PORQUE de todos os questionamentos, sou a eterna confusão da sua mente, o eterno sufoco, a doença e também posso ser a cura para tudo isso.
Sou uma flor, meu cheiro vai longe, mas, quando o sol ousa a me murchar meus espinhos nascem sem pedir licença.
As vezes sou aquele,aquilo,aquela... as vezes sou o que você quer...e na maioria das vezes aquilo/aquele que você odeia.
Não me atrapalhe, nem me diga que já esta chato, ou que você entendeu.
Você não entendeu porra de nada, e nunca vai entender.
Essa é a única vez que hei de fazer isso...pura e complexa descrição desse ‘eu ‘ que ainda nem apareceu nessa droga de texto.
E seria uma boa pergunta para agora, onde esta esse pronome que não aparece!?
Unknown: -eu, eu,eu? Atende eu!, cadê você eu!!!?
O silencio permanece como sempre...
Então hei novamente de jogar lamurias ao vento.
Já fui do jeito que os livros me diziam, daquele modo que a musica comovia, dos filmes chatos e estéticos que nos faz ter náuseas... não durou muito, quando dei por mim, ao olhar no espelho, ele se quebrou e quando juntado foi...não me via daquela maneira que os filmes, musicas, revistas, pessoas me criaram para ser.
Não sou apenas ruim, como alguém acima citou...
Sou doce & amargo, amor& caos,lado A lado B, paz/guerra, silencio/barulho, neorose/calmaria, noite/dia/tarde, segundos/milésimos/minutos/horas, e para parar de tanta descrição viciosa que tende a não acabar... posso melhor dizer que sou como o mar, as vezes influenciado pelo vento que sopra...sopra...sopra... e as vezes não sopra.
Sim, formo redemoinhos, inundo vilarejos,saiba que esse não é o meu objetivo como mar!
Sim também, satisfaço pessoas, faço-as amar e serem amadas por toda uma data chamada eternidade, de uma maneira da qual não sempre elas se afoguem sem perceber que mais cedo ou mais tarde elas hão de precisar de força e ar para respirar, voltar para a superfície...viver novamente.
É tão chato isso né!?, por onde andarás esse Eu?
Nossa, acho que foi postergado por alguma força sobrenatural.
Por exemplo: -deixe-me pensar..., E.T.S?
Unknown:-aaahhh, não faça tu, ele, nós, Vós, eles e elas rirem , por favor né!
Já sei, alguém teve esta idéia, não sabemos quem de nós, mas, ela há de se escrever por si, pois aqui ninguém manda em nada, somos todos independentes já que o “eu’ sumiu,
Vamos tomar conta desse corpo vazio aqui presente. Ou melhor; vamos queima-lo!
Sim,Sim, vamos queima-lo.Veremos queimar tomando o nosso melhor vinho tinto e festejando algo tão maravilhosamente inútil se ir...( risadas medonhas e aplausos fazem daquele momento o começo fim de uma opera)
Então, começa um catastrofico incêndio nesse/neste corpo aqui tão morto, tão vazio, sem olhos, sem pulso, sem cabelos, sem costura até.
Tu, eles/elas, nos, vos, eles. Se vão também tão fabulosamente assim como aquele corpo que passava a não existir a cada milésimo de segundo... Tu, ainda não percebeu que sua forma vai se desfazendo.
Eles e Elas, riem tanto com a desgraça alheia que apenas naquele plano te sobra um sorriso pálido. Nós...nós não existimos mais...Vós, cantais e chorais e sangrais pois estão vendo a sua infame ida depois de tantos pecados capitais já cometidos... e Eles... eles e elas decidiram partir antes da morte os pegar, mas, no meio do caminho acabam caindo numa armadilha premeditada pela própria. Pois ela não é estúpida o suficiente para cair nesse joguinho patético tipo Roxie Hart, já sabia que Eles teriam esse ato covarde.
Todos queimaram, desapareceram, desintegraram assim como aquele corpo que ali não existia mais.
Enquanto ao “Eu”, ele as vezes nos visita... porem, no escuro, em silencio, sem respirar para não incomodar ninguém.
Eu se foi! E agora não existe nenhum de todos Nos, Vos, Eles e Elas, ele, tu...
Um dia quando essa ventania cessar, O eu há de boiar e renascer.
Enquanto isso...
Hei de deixar a coruja voar livremente sem carta alguma...para lugar algum...para ninguém.

Lùcio California

terça-feira, 15 de março de 2011

Merda batida no liquidificador desce muito mais rápido.




Em algum lugar, em qualquer até...é lá onde me encontro, menos aqui.
Andei fechando meus olhos, meu coração, meus sentimentos, porém abri bastante a minha mente.
Eu não me sinto daqui, ou de onde vocês acham que sou.
Muitas formas geométricas se desenvolvem dentro do meu ser já fechado por algum motivo qualquer...ou talvez pelo amor que todo mundo sempre me fez acreditar...ou pela ilusão ou ate mais catastroficamente a provável verdade de acreditar que eu exista alem dessa carne que apodrece, envelhece, cai e se desintegra aos poucos.
As vezes eu gostaria de usar mascaras...ou até pensar que a vida possa ser um eterno carnaval. Na verdade não penso nisso, pois esta bem concreto que a vida é um eterno carnaval...a única mudança ocorrente é a mudança de data, mês, hora, dia...essas coisas que nós consideramos como suposta experiência de vida...Mas, vejo todos os dias pessoas desfilando de mascaras...pintando-se daquilo que não é, e nunca será... apenas para satisfazer uma doce e viciosa ilusão que nunca anda, nunca cessa e sempre permanece enganando cada vez mais.
Me é inacreditável e na maioria das vezes inaceitável como muitos seres humanos levam a vida de uma maneira tão vazia, tão superficial e fazendo dela um eterno carnaval onde as mascaras nunca caem, a festa nunca acaba e as ilusões e pseudo-imagens permanecem por toda uma, duas, três, cinqüenta , décadas, milênios...e determinadas unidades de tempo que não me vem o nome ou descrição na mente agora.
Não quero ser nenhum idealista, moralista, intelectual ou coisa do tipo.
Eu, como ser humano, já usei e talvez provavelmente use algumas mascaras.
Creio que faz parte dessa sociedade ‘democratica’ onde vivemos e temos que nos engolir a todo momento, minuto, segundo...dias.
Uso, pois ainda não consegui tocar a alma, enquanto isso as vezes me permito usar...não sei se para me iludir ou iludir alguém, mas, uso.
Não serei aquele hipócrita que aqui há de jogar pedras em pessoas por elas não assumir quem são de verdade, até porque mostrar ser quem realmente é existe um enorme preço a se pagar por isso.
Então;
Tomemos um gole da bela ilusão, usemos algumas mascaras casualmente enfeitadas, soframos por amores impossíveis...mergulhemos no fim de todas as contas e buracos e infelicidades...
Afinal, quem as vezes não quer ter um coração de pedra?!


Lúcio California