domingo, 1 de maio de 2011

Sobre um dia de Segunda-feira.

Era azul misturado com branco.
Nós poderíamos pensar ter sentido o céu nos invadindo como se fossemos pedaços que lhe faltava, e éramos.
Aqueles olhos felizes e confusos que conheci há décadas, no interior mais profundo da alma que até tu às vezes desconhece-te-de-si, me lembrava vagamente. Você os escondia de mim, nunca tive medo de perdê-los da memória guardada, e em algumas ocasiões jogadas ao vento, ao mar.
Aquele pequeno toque medroso, inseguro e instintivamente animal com vontade de me rasgar para se entregar loucamente ao desejo mais cruel e traidor da alma, escondido no fundo do eu morto, quase desconhecido, abandonado, talvez existente.
Um quarto grande para os amores escondidos, traições, sujeiras e por alguma significante diversão, aquela pura mesmo, sem intenções ou maldades.
Seus olhos...
Me disseram coisas que você não queria, e escondia em plena Minguante mudança do ser ou uma provável Crescente, nunca saberei.
Palavras desconhecidas, outro idioma e alguns retardantes de sono, só para não dormir e correr o risco de esquecer.
A lua foi postergada pelo café que tomávamos e cigarros fumados aleatoriamente. A primeira que nos veio foi aquela;
de voz rouca e grave. Logo após; alguém doce, simples e que nos acompanha pela noite, aquela que nos chama para acordar pela manha com a chuva, você sabe quem.
As estrelas era nossos olhos fugitivos, que também escondia alguns planetas que apareciam devido ao afastamento do Sol.
Chama-se Yellow, o botão que te dei, também é o nome da música que te escondi por alguns anos, não sei porque, talvez para nos poupar algum sofrimento ou sentimento de ... deixa pra lá. Aquela que falava do meu amor, por ti. Que existiu...ou existe, não sei.
Aqui novamente a falar sobre retardantes do sono, palavras desconhecidas, piadas velhas. E eu te pegando pelos olhos e você me pegando a te olhar.
Não consegues me olhar sem que eu não perceba, sempre percebo. Quanto a você, não sei ao certo, sempre fugindo, não sei ao certo, repito.
Não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar. Já te disse, apenas começarei quando juntos começarmos ou juntos pormos um ponto final. Ou mesmo, em alguma hipótese deixarmos de lado, às vezes é uma saída quase justa de ser analisada.
Tanto faz e Em fim, nome das estradas por onde caminhas. Esse eterno jogo de... de amor de bolso, de dedos, de carência, de verdade, de ilusão, de algo que talvez não saibamos ao certo o que.
Aquela velha imagem para os alheios que acham saber de algo, deixarei-os achando.
Não me importo com esse tipo de coisa, de achar algo em alguma coisa que blá blá blá blá.
O que é Felicidade pra você?
Sempre te fiz esta pergunta repetidas vezes. Quando a vi no filme, me tocou forte, pois nunca havia feito-a pra mim.
Eterna felicidade é aquela que quando ao encontrar o fim do arco-íris possamos desfrutar do que nele tem, O pote de ouro. È uma felicidade que sabemos ser concreta, é o eterno amor misturado em dois corações destinados a ser um. Uma suposta resposta.
Quanto a nossa felicidade, ela vai andando por ai. Sem pernas. Apenas com o soprar do vento, por enquanto separadas.
Quem sabe um dia encontremos o caminho para o fim do arco-íris!
Juntos ou não, quero sempre te ver a sorrir.
Assim como os olhos que hoje vi. Aqueles distantes de mim há tempos.
Flores, borboletas e beija-flores trazem consigo a primavera.
Cafés, cigarros, filmes e acerolas nos trazem algumas felicidades que são instantâneas,e as vezes nos faz seguir em frente.
Então que assim seja; Em frente.
Como os ventos que vão...
E se perdem.
Ninguém nunca soube se eles se encontraram em algum lugar, e ninguém nunca saberá.


Lúcio California

Um comentário:

  1. Eu li este texto e me deu vontade de pintar uma tela. Tem cor, tem sombras, tem luz... consigo ver uma paisagem como naquelas fotos de calendário mas pensei em fazer algo abstrato mesmo falando de coisas tão concretas, tão pegáveis, tão perto e tão distantes. Consigo entender tudo o que ta escrito, o que quis dizer, mas não quero dizer pros outros na minha pintura... eles que descubram sozinhos.

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