terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Uma alma que carrega lágrimas





Ele morreu. O Fernando.
Provavelmente vai fumar mais um cigarro e ouvir mais uma vez coconut skins, pois é adepto da idéia de ‘mais um(a)’; mais um amor, mais um cigarro, mais uma vez...
Sua alma se foi com lagrimas guardadas que não se transformaram em chuva por conta do sol que lá fora fazia.
Todos para ele também morreram, todo e qualquer ângulo que você conseguir encaixar uma pessoa foi anulado, não houve enterro. Talvez porque ninguém o segurou na hora da partida e em seus olhos não olharam; Acho que não sabem nem a cor. Não importa mais, agora.
É claro que é dia de comemoração, há sol lá fora. Todas as almas egocêntricas e carentes vão atrás de ‘carne’ para preencher o seu infinito solitário; O buraco que cresce cada vez mais no meio da alma.
Mas, todos os quadros feitos pelo próprio não foram em vão, houve época que ele achava ter sido. Hoje compreende tudo perfeitamente, ou ao menos acredita compreender.
Falta pouco para sua chegada ao mar. Aquela alma sofredora e carregada de lagrimas das quais não conseguirá a sorte de não ter que levá-las para a eternidade.
..., juntando-se ao mar, algumas dores por instantes desaparecem, a condenação a eternidade é o seu maior fardo, Pois a dor mais colossal de todas há de permanecer;
A dor de ser uma alma carregada de lágrimas.

Porta, retrato do mar.

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