quarta-feira, 18 de abril de 2012

Inverno adentra Outono



O sol que há em você nunca mais brilhou, não me esqueço quando me veio no começo de outubro com aquela aparência desgastada e um vestido preto acinzentado.
Sabemos juntos, nós dois, que poucas são as pessoas de muita sensibilidade e toque leve para cultivar uma flor. Juntamente a esse saber, temos plena convicção que mais pouquíssimas são as pessoas que realmente conseguem algum dia sentir o aroma, de uma flor.
Meu amor, acontece no fundo de todas as coisas que não há vencedores ou perdedores, e sim, feridos. No fim das contas.
Não sabemos quando e como se dá o fim das contas. Para essa circunstancia, o tempo e seus subgrupos são inválidos.
Para nós, feridos, independente da invalidez do tempo para qualquer circunstancia, ele se faz o mesmo?
A resposta para esse questionamento não exige sagacidade ou ter caminhado estradas e mais estradas da vida.
O coração melhor que ninguém sabe a resposta.
...
O amor que escorre pelos olhos é derramado nos solos inférteis da solidão.
São sementes que não germinam.
Olhos alheios com cores nunca vista, te rodeiam apreensivos sem nada fazer, porque não há.
Muitas sementes são desperdiçadas em solos cada vez mais inférteis.
Então, você ergue a sua cabeça, olha ainda desaguando para o norte.
A partida te rapta, engole.
Andando por solos inférteis, entre ventos que sopram outras sementes de todas as direções, você decide partir de si.
E parte.

Porta-retrato do mar

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