Mariana, nunca
mais me beijou.
Gostaria de te contar sobre sonhos medrosos
lamacentos enevoados.
Me ajoelho aos insensíveis em ternura que a
mim desejo, busco compreensão.
Acendo vela, queimo assim tempo a eles.
E não me deixa de beijar nunca mais, Mariana.
Desejas tanto assim,
Mariana
Não me beijar nunca mais?
E o que sentistes quando encaminhou felina
tua língua molhada naquela manha qualquer de mascaras para dentro da minha
boca?
Vamos atirar um limão n’água juntos, Mariana, te imploro por esse vasto mundo.
Não te lembras nossa estrada, a caminhar pés
experientes subidas ladeiras interior sobre o sol rachante, acompanhados em
lírica por Carlos gauche?
Meus olhos reféns apenas tiveram a liberdade
de ver o que entre as pernas há, de uma outra. Animal mentirosa de si, farsa. A
empurrei no poço da memória pela fidelidade a ti.
Nada em relevo marcava aquele grosso pedaço
de pano desbotado.
Quanto aos homens amantes, é o que há de mais
selvagem na natureza interna da epiderme que uso, corre desejo vermelho por
todo meu corpo a esse animal, carne masculina, não me obrigarás jamais a
exorcizar esse gozo.
Procurei em desespero por tanto tempo
sujeitos que desejassem possuir tua semelhança própria confundida no espelho,
pura solidão.
Abandono em águas escuras, a vista desse pensar.
Uma capelinha de melão ao lado de Narciso e
uns quadros de Bacco acompanhados de flores tóxicas, vinhos, cigarros em
consumo e algumas pedras místicas amontoados em um artificial campo de areia
que nômade veio ao meu quarto trazida ainda pura para a construção no cercado
pelas mãos de onde o mar arrebenta me traz acalanto.
E depois que as palavras na carta, turvas ficaram,
não pude mais saber sobre tua língua em resposta.
Admito: Amado foi o rapaz de tecido recortado
saia que cobria a escultura que desejam entradas de todos os que se alimentam
de prazer fálico.
Me custou muito pouco, disse sobre homem
cheiroso que sou, esse cheiro seu. Sobrevivendo em minha pele, somos nós, também poderia custiar barato ou nada pelos serviços
a favor do teu aroma, ó Jasmin, minha de manha Flôr
de laranjeira.
Comecei a amá-lo,
Mariana.
Cego eu, já caia você, no esquecimento.
Escapastes turva, e as palavras, e eu não
enxergava, e o desejo o amou.
Meu corpo gritava dependência daquele homem.
Passara a procura-lo em cantos dos mais perigosos.
Felino de rua, esquinas
escuras passeavam os pés sabidos.
Não te revelo o nome, é o meu segredo.
Arranquei casca da ferida dos meus lábios que se reconstituía pele, absorvida pelos dele.
O que poderias entender você furiosa, um
crime a espera da resposta da tua língua que cedeu minha boca ao desejo da carne que me devorava inteiro corpo aquele homem?
Porque os queria lisos a procura da tua boca. Ainda te queria.
E o teu sexo que nunca provei.
Não me deixe com sede,
Mariana.
Porta-retrato do mar.
"Ainda te queria. E o teu sexo nunca provei. Não me deixe com sede, Mariana".
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