Você inteiro silêncio: teu corpo linguagem vestida desconhecem minhas mãos língua e suor teu pensamento. Sempre distante. Veio outro, aparição ao olhar em curso disperso em dia qualquer sem espera alguma fora apreendido pelo já tateado, a distância aos leves passos vindo sereno, me parecia o conhecido que havia tocado muito pouco e perto aproximando-se notou a visão: outro.
Não
identificado. Esse me puxou o queixo com frias mãos, o clima serenava ao redor
nosso. Olhos de pedra: cristais castanhos rochosos dilatados não se
estranhavam, mesmo você outro: sério em ausência de som na quietude em frente a
mim. Colunas de concreto acinzentadas dimensionando a mostrar distâncias
existentes entre riscos de baunilha no céu anoitecendo dormindo o sol para
conosco deixar escuridão que resistia firme grossa concreta na ausência da lua
que nascia vagarosamente não aparecendo ainda e o chão áspero que pisávamos,
começavam iluminando, lamparinas da cidade, amarelas luzes o banco aonde
ocupávamos em misterioso desejo: quereres. Alinhado olhar de pupilas
alargando-se mais. E o tempo caindo. O gelado da tua mão me começou achegando o
rosto ao teu, aproximados lábios que devorar queriam, mantinha embaraçado corpo
presente que a ti direcionava olhar de perto agora. Observava facetas minhas,
tu, sorrindo em calmaria, se desenhavam horizontes estreitos de difícil alcance
em seus olhos que se reduzindo pela brasa do ancestral indígena que também
tragava o fumo eram as janelas do templo teu que engoliam lentamente meu olhar.
Camada de sal sentida por tua mão, –ti– ,Você conhecendo meu corpo com olfativo
mistério para com os dedos cruzar alguns caminhos que não havia ainda, –ti– ,caminhado,
Você silencioso ainda, parecia para sempre assim, olhando ora como esse outro
ora como já conhecido ora como um estranho de si, –ti–, Você Flôr sem raiz
alguma e não conseguia te tocar inteiro a semente do pensamento. Quês
querências e afeiçoamentos passeavam interrogativos meu hálito em tua pele
também minhas mãos procurando suspiros do terreno incerto teu e movimentos
ágeis à língua na boca minha respondendo a tua que nada em ti é eterno.
Uivarei,
pois lobo sou. E em teu silêncio bebo. Me alimento do enigma que se tornam meus
olhos vendo-te, assim sendo: são nossos olhos as existências que se absorvem –os
meus assim vagarosamente caindo no precipício abismo coisa bruma desconhecida
tornando-se. Teus: Seus. Pertencentes a esse alimento oculto aos olhos da
razão– é sentir-se perder-se – é não compreender– .
Para
só assim: Poder beijar-te o pensamento.
Porta-retrato
do mar,
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