Certo dia, estava Zé e Mamulengo De
Cheiroso, dois homens com tuas sabedorias adquiridas pelas vivencias cotidianas
e relatadas em esquinas, costumeiramente naquela cidade, aonde bares, como os
do Senhor Questão, homem esse, bastante silencioso e pouco ativo na voz, que
com minuciosa curiosidade de entender os fonemas pronunciados por outrem para
melhor conseguir tocar sua primeira pessoa, atentava-se aos espelhamentos e o
tempo-estrada percorrido para essa absorção. Encarregava-se de receber o dinheiro
do consumo de seus clientes. Pouco sorria, agradecia de forma duvidosa e observava
atentamente todas as anunciações feitas enquanto ocupava aquele lugar; dono do
bar gerente caixa. Escondia de todos, um grande objeto, O Questão. Como já
esperado, assuntos pertinentes a bundas sentadas em uma mesa de bar-esquina ou
qualquer que seja outra, a localização, sendo assim-bar, por O Questão, emergiram
primeiramente á questões mais liquidas, vindas de águas dos rios lamacentos que
acabam, cedo ou tarde, chegando a existência dos pronomes presentes, as “banalidades”
rotineiras dos mesmos.
- Aquele homem de ontem a noite, sentado
hoje-agora na mesa próximo ao junkebox, me lambeu os seios enquanto tocava
minhas virilhas e eu tinha vontade de chorar quando o suor dele exalava
instinto de fome que devora pobres pessoas dependentes dela satisfeita para
olhar o mundo com os pés firmes no chão, sabe, está passando a língua entre os lábios
avermelhados carnudos dele, olhando para mim, me desejando a língua, todo o meu
corpo lamber. Disse Tu a Ella. A mesa
vizinha, que de mulheres outras, aparentemente pudicas pelas falas de repressão
e roupas menos curta que as mulheres quais estavam abismadas usavam, esperavam
gananciosas homens com ar de riqueza, prováveis cacetas com liquido em cifrões,
DNA do conforto para o resto da vida, disfarcadamente por “ mulheres para casar”,
faziam caricatas fêmeas ofendidas na virgindade santa.
-
Acho que minha mulher está me traindo com um homem de maior tamanho de pau.
Pensou alto, pronunciou-se oralmente após 5 doses de uma cachaça qualquer que
Elle tomava para ser visto como integrante da interação no grupo de futuros
engenheiros do ultimo período na universidade, grupo de cinco belos jovens
rapazes em forma de desejo, aonde três desses escapavam em dias específicos do mês para realizar seu prazer anal com
transexuais da cidade vizinha e satisfazer sua sexualidade tão monstruosa com a
menor culpa possível, afinal, se está sendo penetrado por uma figura feminina,-
desenho esse, o correto para o ser que ele por obrigação tem que seguir, não a
pratica de coito anal, mas, a imagem
causadora de menos culpa,que anarquicamente se é escondida atrás de uma
mascara-chave que possibilita o transito livre entre aqueles rapazes cinco,
também outros- Fora enquadrado por: corno de piroca, pintinho amarelinho do
Gugu, engenheiro da ferramenta pequena, pelos grandes pensadores homens que ali
presente, justificavam-se um ao outro, como manequim social sem nenhum talvez beber-saber, somente água de macho: Whisky.
Sorriam seus rios, debatiam-se
internamente se arrebentando como mares violentos, que furiosos se acabam na
areia já úmida, manhosa terra, deposito de sal. Assim sorria O Senhor Questão.
Não perdia a esperança, muito menos a conversa, e levado a uma distração de dez
segundos por uma garrafa de bebida com esverdeado liquido, proibida no Brasil,
que ele não comercializava, porem ingeria usualmente enquanto trabalhava,
simultaneamente atento ao dinheiro e anunciações, que caíra “misteriosamente”
da terceira fileira de bebidas sem rotulo no reconfortante tapete indiano que
mais parecia um amortecedor de objetos com possibilidade de fragmentar-se em
cacos, o fizera abaixar para retorná-la ao seu local de alcance visual, e
quando volteou o olhar para o salão, teus ouvidos captaram uma questão
pertinente a lembrança do que guardara desde menino, aonde aprendera logo jovem
a construir.
- O Carnaval se aproxima, hein, Zé? Você
irá comparecer ao bloco Redes-truques? Perguntou o boneco-homem Mamulengo de
Cheiroso, com tua cara oval pintada a cor da pele, aonde grandes bochechas eram
preenchidas por vermelha-cor, boca exageradamente aberta que pouco se fechava
para pronunciar qualquer palavra e grandes olhos, sobrancelhas, Iris, e um assinalado
nariz esticado pintado também a cor que correspondia a pele do homem.
Zé, homem-sábio, contador de historia de
toda sua vida, também de sua família nordestina que lutara desde a primeira
geração para sustentar de pé o corpo, com sempre pouca comida na mesa, questionou
ao Sábio-Mamulengo sobre o conhecimento dele dessa palavra: Carnaval.
Com a caricatura do sujeito que o
segurava, o boneco respondeu simpaticamente, forma essa, qual sempre se
apresenta em cena, o seguinte: - Carnaval é o estado de representação!!!
Havia nesse momento, uma conexão invisível
somente captada pelo olho do satélite-acaso, que formava uma linha
perfeitamente reta, entre o olhar-fala do Mamulengo e o olhar-resposta do
Homem-zé. Formava-se ângulo de triangulo eqüilátero, o olhar lançado pelo
Senhor Questão que simultaneamente direcionava à aqueles dois, à aquela
pergunta, à aquela resposta, com águas lodosas que começavam emergindo desesperadamente
como um animal que descobrindo a carne certa para saciar sua instintiva fome,
sente prazer, Nele, enquanto o seu tão procurado eu sofria com o pesar de todos
os rios que desaguavam de uma só vez exorcizando toda possibilidade de chegar a
primeira pessoa, naquele espaço-mar recebedor de matéria. E não se formavam
ondas, aquelas águas, que calmos fluidos,
causavam silencio total e virada de olhar, dadas costas a tudo, estabelecimento
lotado, anunciações, ângulos de triângulos, a procurar objeto escondido, após a
pergunta feita por Zé ao Cheiroso.-
Cheiroso, Carnaval, então, é isso que somos nós?
Chegando ao porão do bar, que também era
sua residência, Elle, o Senhor Questão, encontra diversos e incontáveis materiais
que servem para construir sua trabalhosa coleção de mascaras. As olha com
profundidade, aonde somente peixes assustadores que habitam áreas de regiões abissais
conseguem ter, aquele olhar sobre existir. As olha novamente, em silêncio, sem
estrutura perceptiva, as olha mais uma vez, dessa, como se tudo justificasse um
não-significado. São mascaras que representam grandes nomes femininos do
cinema, homens honrosos por seu sucesso musical, grandes literatos, filósofos,
fetichistas assumidos, animais dominadores, plantas rasteiras, representações
de elementos naturais e universais que foram uma por uma sendo estraçalhadas
pela mesma tesoura que serviu a Elle para cortar linhas que sobravam quando
costuradas características todas em seus devidos lugares estavam.
Os ruídos externos não chegavam ao
espaço-estar Delle, e só o mesmo poderia ouvir a si. Ouviu todos os sons feitos
por ele na vida em três únicos segundos como se tivesse sentido pela primeira
vez, na ação de existir, as horas tomando-lhe a vida. Tudo estava fora do lugar
que havia estabelecido como O lugar das coisas, e só via água, de diversas
cores, águas, com diferentes bichos, águas.
Acalmou-se lentamente, também os líquidos
assim fizeram. Fora até o bar aonde tinha fios de lembranças sobre o que era
aquilo, e só lembrava d’àgua verde, d’àgua verde, d’àgua verde que estava na
terceira prateleira bem na visão dos olhos se virasse as costas por poucos
segundos ao caixa, e a pegou – a bebeu como se sua garganta fosse paredes de
tijolos que faziam uma estrutura circular de algo cavado, um poço artesanal,
que subiam esses tijolos com esse formato até a superfície que criaria espaço
suficiente para abundante água abastecer a grande seca que inevitavelmente
chegaria. Bebeu oitenta por cento daquele liquido que restava na garrafa sem
nenhuma sensação ter, volteou-se de frente ao caixa com uma grossa voz que te
chamava educada já repetida para poder pagar a conta. Recebido dinheiro,
elogios feitos ao serviço, a estrutura e a música que permeava o ambiente, Elle
sorriu um riso duvidoso. De que Elle, era o agradecido pela presença daquela
pessoa em seu estabelecimento. As lembranças das mascaras se apagavam, assim
como o esforço de lembrar no final da noite, o sonho vivido na posição anterior
da lua. A medida que seu corpo digeria gota a gota d’àgua que fora engolida e a
percepção de que somente um satélite captaria Aquela-Imagem em sua forma
primeira, chegava-lhe como algo alcançável. Decidiu, após a presença do
pensamento parecer-lhe real, ligar para Nasa e informar-se dos procedimentos
exigidos para ser integrante e trabalhar no monitoramento de satélites que
observam a freqüência dos raios solares no planeta terra e os níveis de calor
que o ser humano e a natureza vem sofrendo durante o período de existência.
Autor: Porta-retrato do mar.
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