Me joguei nua, Sérgio, na cama.
Antes deixando passos molhados no caminho seco da casa
Assim como todo meu corpo de parede envelhecida já sem cor. caso desejes me vir a um encontro.
Vencida pelos dedos mirrados da água corrente, rio sabor
do teu suor, abatendo minha carne para limpa-la do que trago, resíduos das trevas
de lá fora.
Apago cigarros nesse pedaço de carne vencida. pedaço de nada entregue ao deus do não
existir.
Correnteza de descrença absorve o vento da canção de flauta e
eboé.
Eu, Rita: Assassina.
Embaixo dos teus suores, bebo-te o sumo do gosto. e quando
com tua mão de homem, abre minha boca perpetua de teu liquido se alimentar, esqueço-me
de primata quieto e misterioso que sou. sendo seio materno saciando lábios, exército de touros, sou a nós; mulher.
Procuro a cura para esse corpo que a ti se acorrenta a
entrega do pó, quero que outros existam.
Sou ilusão, Sérgio. sabedoria carregas em me abandonar.
Sou de verdade calor. Sou de verdade vento. Suor e varanda.
Uma poeira melancólica de lábios enganos com sangue de vaca
sagrada; Mãe tempestade e Pai incompreendido.
Ao mundo, nua. Inteiramente sua, meu homem triste.
Me perdi ainda menina nos versos que a noite me soprava em
vida.
E se não me permites soprar, negas quem sou. Negas meus
homens. Negas minhas mulheres.
Me negas.
Não te ausente das palavras. Sorria-me com os olhos. Anule-me
com força. Cumpra a profecia.
Apenas existes pelo movimento. escuros cegos dos olhos que
se fecham para existires.
Sua alma nômade desse corpo teu, imagem dos meus dedos de
curtas unhas e trêmulos de falecer te ditam retornar como um verso de noite. como nos anos de menina para me buscar a deitar-me no nosso lar.
Até adormecer e morreres nos caminhos dos emaranhados pés de
espaços em branco.
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