O olhar segue um
pequeno carro que atravessa cuidadosamente a ponte escura,
essa que separa meu
órgão do teu,
aquele que todos acreditam ter sentimentos,
o responsável pela
dor.
Não cairá meu sentimento na culpa,
se algo banal me
acontecer no meio do caminho,
caso aquele veiculo perca o controle e vá em direção
ao mar,
sendo brutalmente devorado por bichos da noite,
esses que criamos com imaginação mitológica
O descreditar é também um lado do prisma da vida,
renuncia-lo seria não deixar que viver te sugue todas as veias,
que o sangue
que doamos, ora por culpa, ora por se importar com o próximo,
corra somente
nesse corpo-teu.
Ando-correndo pela’quela ponte em busca do desapego da
moral,
pela tortura que os fios envoltos em minha visão e pensamentos,
causam,
paralisando,
impedindo-me de andar-correndo.
Meu desejo respira a pratica de queimar paginas de
dicionários que inconsciente e
arrogantemente conceituam a vida e seus passos.
Essa ciência-jovem, que algo de mais sabe ela?
Ser é entregar-se aquilo tudo que se desconhece,
e me torno soberbo ao definir isso.
Em qual lugar se chega para tocar o sentido das coisas,
e se
for produto, aonde se compra?
- já que tudo tornou-se comercio-
Reconhece-te ao não enxergar teus pés-passos no mar?
As águas,
hoje,
expulsaram todos que nelas buscaram o espelho,
aquela procura de enxergar teus passos em caça de auto-conhecimento,
será por sermos pecadores e a elas levarmos nossos dejetos emocionais,
sera
resistência da nossa mãe natureza com tuas crias?
A união está em
caos,
declinando-se a cada passo visto por muitos, para frente.
Tornamo-nos mais animais que nossos instintos.
Porta-retrato do mar.
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