Então, acordei extremamente embriagado.
Pouco a pouco,
adormeci com os pequenos goles ingeridos de cada pedaço
queimado de arvore,
para em fim,
tornar-se folhas com rabiscos,
de perto do coração selvagem.
E ao levantar para as obrigações que nos caracterizam
homens,
pedaços do velho espelho guardado tão cuidadosamente por
gerações, estavam espalhados por toda
casa.
O melancólico céu cor de baunilha escurecia a cada momento
que meu olhar tentava decifrar as formas que as nuvens desenhavam,
e começava a
chover.
Pensei até que hoje seria um péssimo dia, ou,
os próximos sete anos,
devido aquela superstição
feitiça,
carregada por meus ancestrais e
passada de antecessor a progênito ,
até chegar a mim.
E desde as duas,
quando comecei a bebedeira,
adormeci as quatro.
Para as cinco estar de pé.
Ao finalmente tomar consciência da existência do meu espírito
em meu corpo,
e achar tudo
aquilo muito estranho,
desesperado
telefonei a primeira pessoa que me veio a cabeça,
assustado com a noticia de que era um belo dia ensolarado
e que tudo não passava de uma reprodução inconsciente do peso supersticioso
carregado,
questionei se meu corpo e espírito, estavam no mesmo plano.
Os cacos do espelho espalhados pela casa,
que já conceituados
por mim,
significavam azar durante os próximos sete anos,
não me impossibilitaram das necessidades diárias como
tomar café, banho para manter-se limpo-e-apresentavél,
afinal,
tratava-se de uma decisão crucial a ser tomada,
despejada pela corporação em minhas costas,
para não ser visto
como animal ao olhar tão aparentemente correto do humano-social, o vestir-se
bem, era “necessário”.
E sim,
Cumpri todos esses rituais religiosamente exigidos,
para melhor me apresentar, já que
a imagem sobressai-se
ao verbo,
em especial, na decisão a ter de ser tomada por mim.
Como esperado,
o valioso
cheque-mate que corresponde a jogada final,
foi aplicado.
Com todos os caminhos já decorados e aprendidos,
essa redundância,
que até de olhos vendados, ainda estaria concreta.
Todos aqueles que me foram mostrados,
os que sozinho aprendi, assim
voltei para casa.
Tudo estava exatamente como já se tinha visto,
Até o céu cor de baunilha.
Há um cavalo em chamas dentro de mim,
que estão tentando domar
através desses
fragmentos
de gerações-a-sociedade.
Porta-retrato do mar.
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