terça-feira, 29 de abril de 2014

O passo











Pesava um silêncio quase-tudo-que beirasse a solidão.
A morte parecia o querer como nunca ousara.
Sempre foi batalha ganha para o viver, até o momento
em que seu gêmeo  decidiu queimar a identidade e despir-se
daquela imagem semelhante a tua.

Pela primeira vez, após aqueles sete anos de puro caos,
te percebi morrendo.
Também, junto a ti, sem minha permissão consciente
comecei um processo de falecimento da alma.

Meus olhos enegreceram, da forma qual, não havia distinção entre iris, córnea e pupila.
E apesar de não haver nenhuma ligação entre mim,
 e o teu gêmeo, agora não mais, faleço.
Ora, por ti.
Sou-te, o resultado da união reprodutora pelo sentido atribuído por vocês, o amor.
Eu sou o seu passo a frente,
 antes mesmo de tê-lo sido pensado.

A procura por resignificações conceituais são constantes,
para que,
não te apedrejes,
como fazias a mim,
em um salto altíssimo sustentado pela moral e a Verdade,
que religiosamente acreditavas.
Armas usadas também por ele,um achado Rei Sol.

Me degenero com a tua dor, por seres o meu passo dado.
Não o a frente,
anterior, o processo de movimento até pouco antes de chegar a ele.

Eu significo o passo a frente.

Do processo entre você e ela,
sou o produto,
Vocês são o processo.
A medida que meu tato transmite a sensação de um passo a frente.
Eu-O-Sou.


Porta-retrato do mar.

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