Querido Rubens, estou tirando
a vida.
Já não serve.
Até algum outro dia.
Acabou de se pôr o sol,
a noite desenhava rápida e
precisa o céu,
sem o perceber de Rubens.
Estava a fumar e a ler,
a fumar e a ler, assim,
sem olhar para os lados,
seus olhos se tornaram vítimas
presas àqueles garranchos daquele que decidiu ir,
sem resgate, não havia.
Naquele papel melado de sangue,
a voz rouca e vencida repetia:
- já não me sinto bem, o fogo da
artilharia me acertou, àquele da vida.
- Já não me sinto bem, o fogo
da artilharia me acertou, àquele da vida.
- A vida é bélica. - A vida é
bélica. - A vida é Bélica.
Rubens tentava fugir do
avesso.
Acontece que o verbo te
penetrava a pele.
Porta- retrato do mar.
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