domingo, 14 de junho de 2015

No porto do mar






funda onda turva,
no começo do mar,
domesticada ,
carregada a vento aos oceanos esquecidos,
castigada ao fim de sua voz.

E quando na geografia das águas,
um estremecer eleva-se confiante a cor dos olhos,
disciplina dos pés hesitantes,
os sentidos incertos sob areia engenhosa;
estrada de enganoso percurso,
que não se sabe qual destino,  de qual porto, qual destino próximo,
àquela que vai te cobrindo a visão do corpo – de uma cor turva – como inicio e fim da imagem- duvidosa certeza de governo,
acompanhada à medo da espécie e um horizonte com seus olhos de oceano;
profundos e cheios de tempo,
aberto ao encontro de outras águas,
tudo a vista,
e o Medo com os mesmos olhos se costura epiderme a face tremula,
e se olham firmes,
desafiando-se. 
O termo assinado à liberdade 
chama a seguir.

Desatar do tempo silenciado dàs águas turvas
às horas passeadas aos portos da fome na pele
em mergulho raso nas coisas mesmas
que não ultrapassava o tecido dos olhos
começam-se os ponteiros
violentamente carregados de agora
perfurar o alcance da visão
e mover-se-a ação
Avante, avante mar.

e se movem as fronteiras enferrujadas
a desatar-se livres no horizonte
e se move o corpo domado
a se desobrigar da palavra.


Não se escapa em nenhum momento.
A pericia  estabelece palco
Não requer anuncio,
voz,
tecido ou passos
e a autopsia é indispensável à experiencia.

porta-retrato do mar

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