terça-feira, 5 de maio de 2015

Terra I



Me abrigo no espelho, o invado, sou; ando ao teu olhar, e o que nos é limiar?
Fertilizado solo, conforto as costas caídas, corpo de areia que abraça desfeito
e os grãos te cheiram a pele e o suor e os pelos e por dentro da pele
respiram-te os ossos e alojam-se solitários nos músculos.

Deformado; irregular, triste.

Me perguntas, homens que és; do tipo teu, a beira dos meus olhos
tua boca curiosa, às palavras ausentes nas fronteiras nossas,
que nunca houveram de ter imagem, só desejo e corpo e fado
o porque do vidro delas, do nada delas e do nada em mim;
Eu, Rita assassina, envolvida a pele no verbo das coisas e silenciosa
a mente viva.
Vive Tu, a tua alma.

Beija, toca-me e engole com vigor os restos mortais e,
a cerne faminta de sede, à água; excremento, perda
perda, perda de calor, deseja a evaporação do corpo;
quedas, drástico liquido morto; inocente orvalho salino
violento, decidido, ávido: desejo do corpo meu.

E no âmago; veias secas e ossos desunidos
a mente não enciúma-se aos teus outros gozos e mascaras
que sorrisos com olhos, braços voluntários, noites de luar
necessitas tu, acorrentada criatura ao culto pulso de amar.

Lá, aonde outros falam por si mesmos; plasmas soltos
as gavetas são fundas
os corredores sem saída, a flora silenciosa,
o Minotauro, adormecido.
E as raízes meu homem triste, andam sob a terra.

Rita,

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